A Associação dos Juízes Federais do Estado do Rio Grande do Sul (Ajufergs) está preocupada com a segurança dos magistrados e servidores que atuarão no julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, na manhã desta segunda-feira, o presidente da entidade, Gerson Godinho da Costa, disse que apesar do julgamento ser polêmico, deveria ser considerado normal dentro de um regime democrático.
“O problema é a polarização que está havendo dentro desse assunto e as ameaças que estão sendo enviadas pelas redes sociais aos desembargadores e contra o prédio do Tribunal. Todos têm o direito de fazer protesto, de se manifestar, mas desde que observem os limites”, avaliou o magistrado.
A audiência acontecerá no dia 24 de janeiro, no prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. Para preservar os servidores, nos dias 23 e 24 o TRF4 não terá expediente externo e toda a estrutura da instituição estará voltada ao julgamento. Ainda segundo o presidente da Associação dos Juízes, é a independência do poder judiciário que está em jogo. “Independente do resultado ser favorável ou desfavorável ao acusado, as manifestações apesar de legais não podem acuar os magistrados”, disse o juiz.
O presidente do TRF4, desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, está em Brasília, nesta segunda-feira, para falar sobre detalhes envolvendo a segurança do julgamento. Pela manhã, ele se reuniu com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. À tarde, o desembargador tem reunião com a procuradora Geral da República, Raquel Dodge.