
A construção de um parque eólico próximo à fronteira entre o Brasil e o Uruguai levantou o debate sobre a soberania de um território localizado no Rio Grande do Sul. O Ministério das Relações Exteriores uruguaio enviou uma nota ao governo brasileiro, questionando a soberania da área conhecida como “Rincão Artigas”, onde a Eletrobras construiu o Parque Eólico Coxilha Negra.
As obras iniciaram em 2022 e o parque começou a operar em julho de 2024. O empreendimento é da Eletrobras e tem investimento de cerca de R$ 2,4 bilhões. A área contestada pelos uruguaio tem pouco mais de 200 km²e está localizada em Sant’Ana do Livramento, que faz fronteira com Rivera.
A nota do Ministério das Relações Exteriores do Uruguai argumenta que a construção do Parque Eólico Coxilha Negra, iniciado em 2021 e rejeitado pelo atual governo uruguaio, não implica o reconhecimento da soberania brasileira sobre o território. A nota foi encaminhada ao governo brasileiro no dia 11 de junho.
Na mensagem, o Uruguai expressa seus “desejos e esperanças” de que “no marco da irmandade entre ambos os povos e com o espírito de equidade e justiça que sempre inspirou a negociação e determinação de nossos limites fronteiriços e a construção de nossas fronteiras como espaços de comunidade”, a questão do referido território possa ser retomada em um futuro próximo “nos foros apropriados”.
No Google Maps, por exemplo, a área aparece limitada por uma linha pontilhada, recurso utilizado em territórios em disputa ou que têm soberania questionada por algum governo.
Coxilha Negra
O Parque Eólico Coxilha Negra tem capacidade instalada de 302,4 MW, energia equivalente ao atendimento de 1,5 milhão de consumidores, de acordo com a Eletrobras. O empreendimento conta com 72 aerogeradores, ocupando área total de 8.644 hectares, e integra três conjuntos de usinas: Coxilha Negra 2, Coxilha Negra 3 e Coxilha Negra 4.
Para a viabilização do projeto, foram construídos aproximadamente 100 km de novos acessos, além da revitalização de outros 56 km de estradas.
Fonte: Correio do Povo