
A Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas) começou oficialmente nesta segunda-feira (10), com previsão de fechar uma agenda de discussões com foco na ação climática e impasses ligados ao financiamento.
Com 194 países e a União Europeia, a COP30, de Belém, confirmou a gestão brasileira ao embaixador André Corrêa do Lago e os momentos iniciais cobraram metas claras e mais eficazes de países contra o aquecimento global.
A mensagem foi apresentada por Simon Stiell, chefe da ONU para assuntos climáticos, que também marcou discurso pelo fim do uso dos combustíveis fósseis. O tema será um dos destaques da edição da COP em Belém, pelo impacto do setor às emissões e pelos avanços brasileiros para pesquisa por petróleo na Foz do Amazonas.
“Já concordamos que faremos a transição para longe dos combustíveis fósseis. Agora, é o momento de nos concentrarmos em como fazer isso de forma justa e ordenada. Concentrarmo-nos em quais acordos firmar para acelerar a triplicação das energias renováveis e a duplicação da eficiência energética“, destacou Stiell.
Relatório publicado no início de novembro pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) mostra que as emissões de gases causadores de efeito estufa bateram recorde, com envio de mais de 575 bilhões de toneladas ao planeta em 2024.
As estimativas são de que 90% dessas emissões tenham relação com o uso de fósseis, com impactos que vão de processos industriais ao setor de transporte.
O presidente da COP30, por sua vez, defendeu aproximação entre países na busca por soluções climáticas e celebrou avanços da agenda que será discutida nas duas próximas semanas em Belém.
Meta: US$ 1,3 trilhão
O maior desafio da edição da COP será a busca para atingir a meta de US$ 1,3 trilhão de financiamento, definida desde o ano passado no encontro no Azerbaijão.
Como indicação de caminho, as presidências da COP29 e COP30 criaram um roteiro, que aponta sugestões que poderiam ser incorporadas por países, com destaque para o aumento de doações de países desenvolvidos, a taxação dos super-ricos e a implementação de uma taxa de poluição.
Um dos pontos pleiteados pela gestão brasileira para ser discutido na COP é uma confirmação para que países desenvolvidos arquem com os custos do apoio para adaptação e clima a outras nações. A agenda da conferência ainda está em discussão e não há confirmação se o ponto será incluído.
Defesa de Belém
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também discursou na abertura da COP, defendeu a escolha de Belém como sede do evento. A indicação da capital paraense foi apresentada pelo governo brasileiro e se tornou alvo de questionamentos ligados à infraestrutura.
Lula admitiu que houve desafios pela escolha, mas manteve a posição para a importância em ter uma representação de florestas. É a primeira vez em 20 anos em que uma Conferência é realizada na Amazônia.
“Trazer a COP para o coração da Amazônia foi uma tarefa árdua, mas necessária”, disse.
Fonte: R7