
Em coletiva realizada nesta terça-feira, dia 2, no Multipalco Eva Sopher, representantes da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Theatro São Pedro (FTSP) detalharam os desdobramentos da saída de Antônio Hohlfeldt da presidência da instituição, após declarar que as atividades seriam suspensas em 2026 por ausência de pessoal. O evento também anunciou alguns detalhes da programação cultural do primeiro semestre do ano que está por vir.
Abrindo o encontro, o secretário da cultura (Sedac), Eduardo Loureiro, destacou o apoio do governo ao complexo cultural. Em sua fala, reafirmou a continuidade das atividades: “não haverá nenhuma interrupção, nenhuma suspensão das atividades que são realizadas aqui no Multipalco. Muito pelo contrário, elas estão garantidas, terão continuidade e ao longo do tempo nós vamos trabalhar para cada vez mais fortalecer e ampliar as ações e as atividades que aqui realizam.”
Loureiro também fez referência direta ao afastamento do ex-presidente da FTSP: “nós tivemos o afastamento do professor Antônio (…) a quem eu quero aqui trazer mais uma vez e registrar todo o meu apreço, o meu reconhecimento a esta personalidade.”
Responsável pela gestão interina da Fundação, o secretário-adjunto da Cultura e presidente interino da FTSP, Fabian Thomas, explicou que as ações após a saída de Hohlfeldt vêm ocorrendo “de forma muito rápida, muito dinâmica”. Ele relatou o primeiro gesto da transição: “a primeira providência foi dialogar, sentar com o professor Antônio, agradecer-lhe (…) e ele concordou em seguir dando suporte à equipe de transição”. Thomas ressaltou que seu cargo é temporário e que logo a Sedac deve anunciar uma nova pessoa para tomar frente do Theatro São Pedro e do Multipalco.
Thomas também apresentou números acumulados em 2025: 11 exposições, eventos e feira; 279 espetáculos; 385 sessões; 47.393 ingressos vendidos. Além de revelar o cenário atual da Instituição que conta com 67 trabalhadores (entre servidores e terceirizados).
Embora o secretário reafirme que não haverá redução de pessoal, o episódio expôs tensões internas sobre a carga de trabalho e a estrutura necessária para manter o nível de excelência do complexo. Segundo ele, o padrão de entrega da equipe é tão alto que sustenta expectativas igualmente elevadas e isso exige suporte constante. Ele reconheceu que, em algumas situações, a ausência de um servidor acaba levando funcionários administrativos a assumir funções operacionais, algo que “precisa ser evitado”. Para isso, o governo autorizou ajustes pontuais, como reposições rápidas, reforço técnico e reorganização de postos, medidas que não dependem de concurso público.
Entre os anúncios, ele confirmou a aprovação do primeiro plano anual do Theatro São Pedro, viabilizado junto à Associação de Amigos, e destacou sua importância: “é um projeto técnico, robusto (…) e garante um educativo importante, oficinas, apresentações e parte da ocupação do Theatro São Pedro.” Maiores detalhes devem ser divulgados nas próximas semanas.
A diretora artística Gabriela Munhoz apresentou o panorama da ocupação para os primeiros meses de 2026 que já contabiliza 34 espetáculos nacionais e internacionais, entre os quais foram citados, a 27ª edição do Porto Verão Alegre – que ainda não divulgou sua programação -, show da cantora mexicana Silvana Estrada com abertura de Paola Kirst, uma peça sobre Hannah Arendt, o Grupo Tholl irá trazer três espetáculos, enquanto a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (Cors) traz “La Traviata” para o palco e as Terças Missioneiras integra a celebração dos 400 anos das Missões. No cenário nacional destacam-se a performance, diretamente do Paraná, “Rock ao Piano: Pink Floyd”, do pianista Bruno Hrabovsky e show da banda paulista Vanguart. Além de uma novidade: o Porto Alegre Em Cena trará uma versão “epílogo” para o Multipalco.
Fonte: Correio do Povo