
Novas informações a respeito do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado foram reveladas nesta segunda-feira a partir de mensagens, anotações e documentos do celular do coronel da reserva Flávio Peregrino, que atuava como assessor do general Walter Braga Netto. Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o material evidencia o incômodo de militares com estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro, de culpá-los pelas ações.
O conteúdo, extraído pela Polícia Federal (PF), mostra Peregrino frisando que Bolsonaro liderava as articulações relacionadas ao golpe. Além disso, o auxílio dos militares teria sido feito porque sempre houve a intenção do ex-presidente de permanecer no poder.
A reportagem do Estadão procurou a defesa de Braga Netto, que não quis se manifestar sobre o tema. O advogado de Bolsonaro não respondeu aos questionamentos e o representante de Peregrino, Luis Henrique Prata, argumentou que as anotações foram “formuladas com base na liberdade de expressão e no contexto de assessoria de um dos envolvidos”. Conforme Prata, o ponto principal era “a lealdade dos militares nas busca por soluções constitucionais naquele período”.
Fim do prazo
Nesta quarta, acaba o prazo para que Jair Bolsonaro e outros seis réus no inquérito da trama golpista apresentem as suas alegações finais no processo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Esta é a última fase da ação penal antes do julgamento.
A partir das alegações finais, o relator, o ministro Alexandre de Moraes, poderá agendar o julgamento do núcleo 1. Conforme o site R7, Moraes irá conceder um mês para os colegas de Corte estudarem o caso antes do julgamento.