Os brasileiros sentiram um alívio no bolso ao comprar itens tradicionais para um almoço digno no mês de maio. Alimentos básicos como arroz, feijão e ovos registraram queda nos preços, de acordo com o novo levantamento “Variações de Preços: Brasil & Regiões”, realizado pela Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados que desenvolve soluções para a gestão da cadeia de consumo.
Em destaque, os ovos tiveram diminuição de preço de 11,8%, passando de R$ 1,15 em abril para R$ 1,02 em maio. O arroz também apresentou retração, caindo de R$ 5,82 para R$ 5,49 no período – redução de 5,7%. Já o feijão recuou 2,7%, com o preço médio passando de R$ 6,86 para R$ 6,68. Outros itens que registraram queda foram a farinha de trigo (-3,8%) e o xampu (-3,4%).
“O declínio no preço dos ovos já era esperado após o pico de consumo durante a Quaresma”, analisa Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos na Neogrid. “Apesar disso, o produto ainda acumula alta desde dezembro – reflexo do aumento no custo do milho, das ondas de calor que afetaram a produção e do avanço nas exportações por conta da gripe aviária nos Estados Unidos. A tendência é de estabilidade nos próximos meses, desde que não haja novos impactos climáticos ou econômicos.”
Em contrapartida, o café em pó e em grãos esteve entre as maiores altas de maio, com avanço de 3,7% – subindo de R$ 71,50 em abril para R$ 74,18. Segundo o levantamento da Neogrid, o aumento no preço está atrelado aos efeitos da quebra da safra de 2024 causada por condições climáticas adversas. “A combinação entre a crescente demanda global e a desvalorização do real tem incentivado a priorização das exportações. Com isso, a pressão sobre os preços no mercado nacional deve se manter nos próximos meses”, acrescenta Fercher.
Além do café, apresentaram alta no mês de maio os preços de legumes (1,9%), margarina (1,4%), carne suína (0,6%) e água sanitária (0,5%). O café continua a liderar a lista de maiores aumentos no acumulado deste ano até maio. Em dezembro de 2024, o item custava R$ 53,90 e, neste último levantamento, passou para R$ 74,18 – uma variação de 37,6%. Logo em seguida, aparecem ovos (11,8%), margarina (2,2%), leite em pó (1,9%) e legumes (1,6%).
Na região sul, as categorias que apresentaram maior elevação de preço foram leite em pó (2,44%), café em pó e em grãos (1,5%), carne bovina (0,4%), carne suína (0,4%) e papel higiênico (0,2%). Em contrapartida, os maiores recuos foram observados nos ovos (-7,7%), arroz (-6,6%), feijão (-5,9%), água mineral (-5%) e farinha de trigo (-4,9%).