
“A Marisa sempre esteve presente. Não consigo dizer quando e como eu a ouvi pela primeira vez”. A frase é do músico e regente André Bachur, adjunto da Orquestra de Câmara da Universidade de São Paulo. Desde a concepção do projeto “Phonica”, ele está à frente da orquestra que acompanha a turnê de um dos maiores nomes da música brasileira: Marisa Monte.
Com passagem por Porto Alegre neste sábado, 6, às 19h30, no Parque Harmonia (Av. Loureiro da Silva, 255 – Praia de Belas), “Phonica” reúne os maiores sucesso da cantora carioca com arranjos em sintonia com a orquestra. “A partir das referências que a Marisa trouxe junto com o time de arranjadores, a gente conseguiu construir algo que já está na memória dos fãs, mas que tem suas particularidades”, explica Bachur, “tem momentos, por exemplo, que o piano tem protagonismo”, complementa.
A construção do time de músicos foi toda pensada pelo maestro. Desde que foi convidado para integrar o projeto, ele pensou em nomes que certamente convidaria para integrar a orquestra. Entre eles, duas gaúchas: a violinista Paloma Pitaya e a violoncelista Maria Eduarda Canabarro.
“Pensamos numa orquestra com perfil jovem e diversa, com equidade de gênero, mas sem abrir mão da excelência artística”.
Outro ponto relevante foi o trânsito entre as músicas erudita e popular, assim como o próprio André expressa em projetos pessoais. Segundo ele, o contato prévio com os “dois mundos” facilitou na escolha e ensaios.
O trabalho vai além da montagem do grupo. Um dos desafios se mistura com a alegria de fazer parte de um momento gradioso, como quando o canto do público sobressai a amplificação do som no palco.
“Na entrada da Marisa e em ‘Não Vai Embora’ o público canta muito alto mesmo. Tem que apelar para outros sentidos, eu uso muito o contato visual. Mas é muito divertido e faz com que todos os músicos abram um sorriso na hora”, explica.
Levar uma orquestra para ambientes abertos também requer cuidados com a qualidade do som. É por isso que cada músico tem um microfone a fim de amplificar as notas.
Para André, a “Phonica” é o reflexo da sua trajetória profissional, que sempre buscou intersecção entre o clássico e contemporâneo. Como regente, poder levar a orquestra para públicos que muitas vezes não tiveram contato com a formação, é uma tarefa gratificante.
“É algo que me deixa muito contente. Além de poder, de certa forma, fazer com que a nossa música no seja mais integrada e que tenha mais espaço para todo tipo de manifestação”, finaliza.
Fonte: Larissa Har/Correio do Povo