A política monetária é a estrela da semana econômica, com cinco bancos centrais realizando reuniões para decidir os rumos da taxa de juros em suas economias. Espera-se que quatro dos cinco mantenham as taxas nos patamares atuais, sendo a autoridade monetária brasileira a única dúvida: manutenção ou alta de 0,25 ponto percentual. Os indicadores econômicos terão mais uma semana de atenções divididas com eventos políticos e geopolíticos.
No Brasil, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começa nesta terça-feira, 17, pela manhã. A decisão pode ser por interromper o processo de alta da taxa básica de juros da economia, a Selic – atualmente em 14,75% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos. Entretanto, alguns agentes financeiros entendem que os indicadores podem levar o BC a uma elevação de 0,25 ponto percentual. A decisão será anunciada na quarta-feira, 18, após as 18h.
A maior parte do mercado, segundo pesquisa conduzida pelo BC na semana passada com mais de 130 instituições financeiras, acredita que o cenário já possibilita uma interrupção do ciclo de alta dos juros — que vigora desde setembro do ano passado. No Relatório Focus divulgado nesta semana, a previsão de inflação de 2025 recuou de 5,44% para 5,25%. Mesmo assim, continua bem acima do teto da meta, que é de 4,5%. Foi a terceira queda seguida do indicador.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, a projeção do mercado subiu de 2,18% para 2,20%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Também nesta segunda-feira, 16, o IBC-Br de abril divulgado pelo BC, considerado uma prévia do PIB, mostrou expansão de 0,2% em abril na comparação com o mês anterior. O cálculo é feito após ajuste sazonal — ou seja, uma forma de comparar períodos diferentes. Mesmo positivo, os números do Banco Central mostram desaceleração no ritmo de atividade, pois em março a expansão foi maior (+0,7%).
Além disso, o mundo ganhou uma nova preocupação: o conflito entre Israel e Irã. Os israelenses atacaram instalações nucleares e alvos militares iranianos, com retaliação do Irã por meio de ataques com mísseis ao território israelense. A apreensão recai sobre a sustentação da alta dos preços do petróleo, embora a perspectiva atual seja de queda, diante do excesso de oferta na economia mundial.