
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por golpe de Estado no STF (Supremo Tribunal Federal), publicou nesta segunda-feira (14) texto no X, afirmando que “o sistema” quer “destruí-lo por completo” visando, depois, alcançar o cidadão comum.
A declaração ocorreu no mesmo dia, antes de a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentar as alegações finais na ação penal da trama golpista, o que ocorreu no fim da noite. Nela, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras sete pessoas por envolvimento em um golpe de Estado.
“O sistema nunca quis somente me tirar do caminho. A verdade é mais dura: querem me destruir por completo — eliminar fisicamente, como já tentaram — para que possam, enfim, alcançar você. O cidadão comum. A sua liberdade. A sua fé. A sua família. A sua forma de pensar. Sem que reste qualquer possibilidade de reação”, escreveu.
A trama golpista, segundo a investigação, começou após o então presidente não aceitar o resultado eleitoral de 2022, quando foi derrotado nas urnas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Estratégia de Bolsonaro
A estratégia de Bolsonaro para se livrar da prisão tem sido tentar converter sua causa própria em clamor popular, utilizando até mesmo tentativa de intervenções estrangeiras na Justiça brasileira.
Exemplo disso é a guerra tarifária iniciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, que taxou em 50% produtos brasileiros que cheguem aos Estados Unidos, para o Brasil recuar no processo penal contra Bolsonaro.
Sem citar o relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ou qualquer outra autoridade, o ex-presidente afirma que “querem silenciar quem se opõe”.
“E se não podem calar com censura, tentam com ameaças, inquéritos, prisão ou até com a morte. Não se enganem: se hoje fazem isso comigo, amanhã será com você”, escreveu.
As alegações finais são a última etapa antes do julgamento de fato ocorrer. A expectativa é que o procurador-geral solicite a condenação do ex-presidente. Não se sabe ainda se ele incluirá no documento manifestação sobre prisão antecipada do réu.
A prisão preventiva pode ocorrer mesmo antes da condenação, amparada no Código Penal, em casos motivados para “garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova de existência do crime e indícios suficientes da autoria”.
Fonte: R7