Semana de inflação no Brasil e EUA com guerra comercial e IOF ao fundo

Reunião do Copom pode ter impacto do resultado do IPCA que será divulgado nesta semana

Crédito: Freepik

A semana entre os dias 9 e 13 de junho será movimentada no Brasil e no exterior. As questões políticas são um adicional relevante no radar dos investidores, com nova rodada de reunião entre representantes americanos e chineses, agora em Londres, e o anúncio de um novo pacote fiscal pelo governo brasileiro para substituir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e as receitas que viriam. Some-se a isto, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio.

O indicador será divulgado na terça-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com expectativa majoritária de alta de 0,33% na variação mensal, na comparação com 0,43% verificado e abril. É bom lembrar que o IPCA é o principal indicador oficial da inflação no país e influencia diretamente as decisões do Banco Central sobre a política de juros. O presidente do banco, Gabriel Galípolo tem dito que a instituição continua “muito insatisfeita” com o fato de a inflação estar acima da meta, e alertado que a autarquia continuará perseguindo o objetivo de trazer a alta dos preços para o nível de 3%.

O Comitê de Política Monetária do BC (Copom) volta a se reunir nos dias 17 e 18 de junho. No último encontro, em maio, os integrantes do comitê decidiram pela elevação da Selic em 0,5 ponto percentual, a 14,75% ao ano, indicando no comunicado sobre a decisão que estava mantendo suas opções em aberto para o encontro deste mês. A interpretação do mercado continua dividida de forma geral sobre qual será a decisão do BC neste mês. No mercado de opções para o fim da reunião do Copom estão, em grande parte, pela manutenção da Selic, enquanto alguns entendem que a decisão será de alta de 0,25 ponto.

Mas a semana começa com a divulgação do Relatório Focus, do Banco Central com expectativas do mercado sobre os principais indicadores da economia nacional. No dia seguinte, de divulgação do IPCA, Galípolo, realiza um discurso na Febraban Tech, em São Paulo. “Como é um evento de tecnologia, não se sabe se ele vai restringir sua apresentação à agenda de inovação do BC ou se também vai mencionar algo sobre política monetária”, comenta Leandro Manzoni, economista da plataforma Investing.com.

Na quarta-feira, será divulgada a inflação ao consumidor de maio dos EUA, com expectativa de aceleração. Essa projeção de aceleração também se espera no dia seguinte, com a divulgação da inflação ao produtor. Nos dois últimos dias da semana, o IBGE apresentará os números das vendas no varejo e do volume de serviços de abril no Brasil. A estimativa é de recuo na base mensal para as vendas no varejo, enquanto a expectativa para o volume de serviços é de alta.

EXTERIOR

Nesta segunda-feira, 09, dados do setor externo da China são o destaque. A expectativa é de aumento do superávit comercial do país, com desaceleração na alta das exportações e continuidade da queda das importações. Mesmo sob as incertezas das tarifas dos EUA aplicadas às exportações chinesas, o comércio exterior continua sendo o motor de crescimento do país. No mesmo dia, os secretários dos EUA Scott Bessent (Tesouro) e Howard Lutnick (Comércio) se encontram em Londres com representantes chineses para continuar a negociação comercial entre os dois países, segundo informou o presidente Donald Trump em sua rede social Truth Social.

Na quarta-feira, 11, será divulgada a inflação ao consumidor de maio dos EUA, com expectativa de aceleração. Essa projeção de aceleração também se espera no dia seguinte, com a divulgação da inflação ao produtor. Não haverá discursos das autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) durante a semana. Com a aproximação da data da próxima reunião de política monetária, em 18 de junho, os membros do banco central americano entram em período de silêncio