A inadimplência da taxa de condomínio no Rio Grande do Sul apresentou alta em março de 2025, saindo de 5,55% no mês anterior para 5,67%, com variação de 0,12 ponto percentual – sendo a maior taxa desde setembro de 2024 (7,71%). No comparativo com o mesmo período de 2024 (6,85%), houve uma retração de 1,18 ponto percentual. O índice no estado segue ainda abaixo da média nacional, que foi de 6,80% em março. Os dados são do Índice de Inadimplência Condominial da Superlógica, principal plataforma de soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário no país.
No Rio Grande do Sul, a taxa de condomínio médio, entre janeiro e março, foi de R$ 510,30. Na comparação com o salário mínimo brasileiro atual, que é de R$ 1.518, a taxa média de condomínio, em valores nominais, já equivale a quase 65% dele no Norte e Nordeste, e pouco menos de 64% no Sudeste, 49% no Centro Oeste e 47% no Sul. Na média nacional a taxa de condomínio equivale a 59% do salário mínimo. No Rio Grande do Sul, a taxa de condomínio equivale a 34% do salário mínimo.
O pico de inadimplência condominial no estado nos últimos 12 meses foi em março de 2024, quando a taxa ficou em 6,85%. O menor percentual dos últimos 12 meses foi registrado em novembro do ano passado: 5,47%. No Brasil, o pico de inadimplência condominial nos últimos 12 meses havia sido em maio de 2024, quando a taxa ficou em 7,62%. Nacionalmente, o menor percentual dos últimos 12 meses foi registrado em dezembro de 2024: 5,76%.
“Observando os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é possível notar que outubro, novembro e dezembro acompanham os meses de janeiro a março de inadimplência condominial. Terminando o ano com preços elevados, como visto no IPCA, é normal que a inadimplência seja reflexo disso no primeiro trimestre”, analisa João Baroni, Diretor de Crédito do Grupo Superlógica.
“A inadimplência do mercado condominial no país vem subindo, e dois dos motivos são o aumento da inflação e da taxa de juros. São fatores que reduzem o poder de compra da população e, consequentemente, aumentam a inadimplência – sobretudo a condominial, dada a prioridade de pagamento das pessoas por despesas mais caras, como cartão de crédito, aluguel, empréstimos e cheque especial”, diz ele.
CENÁRIO
Quando a análise é segmentada por região geográfica, o cenário é de maior inadimplência no Norte (8,60%), seguido do Centro-Oeste (6,59%), Nordeste (6,03%), Sudeste (5,68%) e Sul (4,83%). Houve aumento em todas as regiões de fevereiro para março. São 300 mil condomínios de todas as regiões do Brasil, somando mais de 4,2 milhões de imóveis (casas e apartamentos), que possuem boletos que estão há mais de 90 dias sem pagamento. O levantamento leva em consideração o valor da taxa de condomínio, o tipo de imóvel (apartamento ou casa) e a sua localização, além das datas de vencimento e pagamento, que mostram se há inadimplência ou não.
Em março, as taxas de inadimplência de condomínio no país de até R$ 500 atingiram 10,26%, alta de 0,36 ponto percentual em relação a fevereiro e segunda maior marca dos últimos 12 meses. Já nos condomínios de até R$ 1.000 , o índice chegou à marca recorde de 5,03% (alta de 0,31 ponto percentual em relação ao mês anterior). E nos condomínios acima de R$ 1.000, a taxa também foi recorde, de 3,93% (alta de 0,60 ponto percentual em relação a fevereiro).
O levantamento da Superlógica revelou ainda que a taxa de condomínio médio no país, entre janeiro e março, foi de R$ 899,27 – uma alta de 5,77% em relação à média registrada no mesmo período do ano passado. Valor pouco acima da inflação nos últimos 12 meses, que foi de 5,48%, de acordo com o IPCA. Entre as regiões com as maiores taxas de condomínio, o Norte (com R$ 979,05) lidera, seguido do Nordeste (R$ 975,17), Sudeste (R$ 964,86 ), Centro-Oeste (R$ 744,82) e Sul (R$ 710,53).