
O movimento de saída de alguns moradores na região das Ilhas de Porto Alegre segue em função da cheia do Guaíba. Para muitos destes, trata-se de uma saída temporária. Entretanto, para a servidora pública Cássia Fonseca, de 38 anos, chegou a hora de dar adeus à ilha da Pintada, local onde nasceu e cresceu. Nesta sexta-feira, ela contou com a ajuda de equipes do Exército Brasileiro e da Defesa Civil Municipal para retirar seus pertences de casa e partir para um novo lar.
Cássia foi contemplada na semana passada, antes mesmo da cheia invadir as ruas da ilha, no programa Compra Assistida, da Caixa Econômica Federal. Com as chaves do novo imóvel nas mãos, localizado no bairro Hípica, na zona Sul de Porto Alegre, a tarde desta sexta foi o momento definitivo para a saída dela e de seus sete cães, que estavam abrigados desde o início da semana na escola Almirante Barroso, ao lado da base das forças de segurança na ilha da Pintada.
Com o auxílio de um caminhão do exército e de militares, ela removeu seus pertences do imóvel, que já está com cerca de 30 centímetros de água dentro, e buscou seus sete animais no abrigo. “Eu relutei muito para sair, pois me criei aqui. Tinha uma expectativa de morar aqui até ficar velhinha. Mas estou vendo que a situação só piora, então tive que aceitar. Daqui para frente, pelo menos, não vou mais me preocupar com enchente”, afirmou.
Além dela, a irmã Carla Fonseca e uma sobrinha também deixaram o imóvel. “Deixamos nossas coisas no segundo piso da casa. Já tínhamos saído daqui na quarta-feira e estávamos em uma parte mais seca da ilha. Como conseguimos encaminhar a ligação da energia e da água no imóvel novo, decidimos que era hora de nos mudarmos. E surgiu essa oportunidade de ser realocado com a ajuda das forças de segurança”, completou.
De acordo com a Defesa Civil de Porto Alegre, na tarde desta sexta-feira, o nível do Guaíba na Ilha da Pintada estava acima de 2,50 metros, superando a cota de inundação na região, que é de 2,20 metros. Além disso, o órgão destacou que, em função da previsão de chuvas no final de semana ao longo da bacia hidrográfica do Guaíba, não há perspectiva do leito ficar abaixo da cota de inundação na próxima semana.
Fonte Correio do Povo