A Receita Federal informou que empresas brasileiras já usufruíram R$ 97,7 bilhões em créditos tributários decorrentes de benefícios fiscais entre janeiro e agosto deste ano. Os dados são referentes a 54,9 mil contribuintes que indicaram o uso por meio da Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (Dirbi).
Apenas quatro benefícios – adubos e fertilizantes, desoneração da folha de pagamentos, defensivos agropecuários e o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) – são responsáveis por 48,8% do total da fruição dos benefícios.
De acordo com as declarações, o benefício mais usado é com adubos e fertilizantes, que somam R$ 14,95 bilhões. Já a desoneração da folha de pagamentos consumiu R$ 12,26 bilhões. Na sequência aparecem defensivos agropecuários, com R$ 10,79 bilhões e o Perse, com R$ 9,67 bilhões.
O Fisco começou a divulgar esses dados sobre o uso de benefícios fiscais em julho, quando o foco maior estava na desoneração da folha e no Perse, respondendo também às discussões para acabar gradualmente com esses benefícios. No caso do Perse, há uma regulamentação que limita o custo fiscal total do programa limitado a R$ 15 bilhões, contados a partir de abril de 2024.
Embora o Perse já tenha consumido R$ 9,6 bilhões entre janeiro e agosto, cerca de R$ 5 bilhões foram usufruídos a partir de abril, quando passou a existir o teto. Já foi usado, portanto, um terço do valor total estabelecido para os incentivos fiscais da ação até dezembro de 2026.