O recuo da água permitiu o início da limpeza da pista de pousos e decolagens do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A operação consiste em ampla varredura de toda a extensão das pistas e pátios de aeronaves. O foco inicial é a retirada de entulhos e detritos que a enchente deixou no local.
Em paralelo, também foram iniciados testes para avaliação da resistência do solo, desde a compactação até a pavimentação. O processo servirá para detectar tecnicamente os impactos causados pelo acúmulo de água durante as últimas semanas.
O período de testes tem previsão de aproximadamente 45 dias, a depender das condições climáticas. O esperado é que, no início de julho, seja possível detalhar as necessidades de intervenções na pista. A reabertura do aeroporto, porém, não deve ocorrer antes de dezembro.
“Não saímos do aeroporto em nenhum momento, inclusive fiquei com a equipe por 16 dias. Estamos dedicando todos os esforços possíveis para voltar ao funcionamento. Em uma estimativa otimista, devemos reabrir parcialmente em dezembro”, disse o vice-presidente de operações da Fraport Brasil, Edgar Nogueira.
As áreas mais afetadas são o pátio, o primeiro andar e as esteiras de bagagem. O segundo e o terceiro piso não foram atingidos.
No saguão térreo, ainda há acúmulo de lama e poças espalhadas em alguns pontos. O lodo também é visível em estoques, áreas internas de funcionários e nos espaços de atuação da Polícia Federal. Ali, aparelhos de scanner corporal e de raio-x de bagagens foram danificados.
Parte pavimento do pátio registra esfacelamento e rachaduras. No entanto, a pista de pouso e decolagem está praticamente seca e não tem danos visíveis.
Em relação aos equipamentos afetados com a enchente, ainda não é possível detalhar o valor total dos danos e quais equipamentos precisarão ser substituídos ou reparados. Desde que as águas começaram a baixar, a Fraport Brasil está em contato permanente com as seguradoras para avaliação do cenário, recebendo vistorias e realizando o inventário de todos os itens que foram impactados.