A temporada de balanços do quaro trimestre de 2023 das empresas brasileiras listadas na B3 está chegando ao fim, mas a semana ainda reserva a divulgação de resultados do Grupo Casas Bahia. A varejista, ex-Via, divulga seus resultados a segunda-feira, 25 de março, após o fechamento do mercado. Os investidores vão avaliar como a companhia está enfrentando a reestruturação em meio a um cenário adverso na sua situação econômico-financeira.
Conforme analistas da investing.com, isso impactou diretamente o desempenho das ações em 2023, com uma queda acumulada de -78,32%. A aversão ao risco aos papéis de Casas Bahia prossegue esse ano, com uma baixa acumulada de -31,37% até o pregão de 21 de março. Os papéis da companhia chegaram a ser negociadas abaixo de R$ 1 no fim do ano passado, o que levou ao agrupamento de ações em dezembro – uma exigência da bolsa brasileira, que não permite negociações na casa dos centavos por mais de 30 sessões.
Nos últimos seis trimestres, a companhia apresentou prejuízo líquido em cinco. Somente no terceiro trimestre de 2023 as perdas chegaram a R$ 836 milhões no resultado líquido. Com isso, a empresa sofreu com rebaixamentos em ratings de crédito e corporativo. O mercado observa, além disso, com lupa as despesas bilionárias em causas trabalhistas, embora os créditos fiscais possam cobrir esse passivo, segundo analistas do Citi em relatório divulgado em janeiro.
INADIMPLÊNCIA
Além das dificuldades financeiras, Casas Bahia sofre com a conjuntura macroeconômica atual da economia brasileira. Mesmo com a inflação menor em 2023 e início da baixa da taxa de juros no segundo semestre do ano passado, níveis elevados de inadimplência e taxas de juros ainda elevadas prejudicam as vendas da varejista, especialmente em bens de consumo duráveis.
O contexto desfavorável levou ao rebaixamento de recomendações e queda de preço-alvo por bancos e corretoras. O aumento de capital de R$ 622 milhões realizado em setembro do ano passado ficou aquém da projeção de R$ 981 milhões, o que pesou negativamente no preço das ações. Em meio a tantas notícias negativas, a companhia deu um leve sopro de esperança para seus investidores. A Casas Bahia conseguiu em fevereiro repactuar sua dívida de R$ 1,5 bilhão com vencimento em 2024 e 2025 sob um novo prazo de 3 anos. Além disso, a companhia divulgou, também no mês passado, sua posição preliminar e não auditada de caixa + cartões e outras contas a receber para 2023, chegando a R$ 3,6 bilhões.
RECEITA
Os analistas de mercado esperam uma alta de +16,8% na receita trimestral de Casas Bahia no quarto trimestre de 2023 em comparação com os três meses anteriores. A expectativa é de que o faturamento tenha subido de R$ 6,59 bilhões para R$ 7,698 bilhões. Houve uma queda de -17,52% para a projeção de receita no período nos últimos 12 meses. Não há uma estimativa para o lucro por ação (LPA) para o 4º trimestre. A estimativa para todo o ano de 2023 é de prejuízo, com queda de -351,6% a -R$ 7 por ação.
O InvestingPRO indica um preço-justo de R$ 11,39 para os papéis de Casas Bahia, com potencial de alta de 50,5% e grau de incerteza alta para os próximos 12 meses. O valor foi obtido através da mediana de 6 modelos diferentes de valuation e está abaixo da mediana dos analistas de mercado (R$ 26,78). Isso significa que o InvestingPro está menos otimista com as ações de Casas Bahia.