A temporada de balanços do 4º trimestre de 2023 das empresas brasileiras listadas na B3 continuam na próxima semana. Na segunda-feira, 18, serão conhecidos os dados financeiros do ano passado de Magazine Luiza, após o fechamento do mercado. A empresa, até então queridinha dos investidores brasileiros, sofre com a desconfiança do mercado, após reportar prejuízo por 6 trimestres consecutivos desde os últimos 3 meses de 2021. O ciclo negativo foi revertido no 3º trimestre no ano passado, mas com a identificação de erros contábeis em suas demonstrações financeiras.
Os constantes prejuízos, com uma alavancagem e endividamento de curto prazo altos somados a um cenário econômico de inflação elevada, juros altos e índices de inadimplência dos consumidores elevados penalizam os papéis de Magazine Luiza, que caem mais de 90% em relação a 2020. As ações do Magalu recuaram -21,17% no ano passado e acumulam perdas de -6,02% este ano até o pregão de 13 de março.
O contexto desfavorável levou ao rebaixamento de recomendações por bancos estrangeiros, como Citi e Morgan Stanley, no início deste ano. O aumento de capital de R$ 1,25 bilhão realizado no fim de janeiro deste ano foi bem visto pelo mercado, pois R$ 1 bilhão foi injeção de recursos dos controladores, enquanto R$ 250 milhões foram complementados pelo BTG Pactual.
Analistas diminuíram, com isso, o ceticismo com as ações da varejista. O Magazine Luiza argumenta que os novos recursos são para “otimizar a estrutura de capital da companhia”, com o objetivo de acelerar o investimento em tecnologia e reduzir as despesas financeiras.
PROJEÇÕES
Os analistas de mercado esperam uma alta de +25,9% na receita trimestral do Magalu no 4º trimestre de 2023 em comparação com os três meses anteriores. A expectativa é de que o faturamento tenha subido de R$ 8,579 bilhões para R$ 10,805 bilhões. Houve uma queda de -10,96% para a projeção de receita no período nos últimos 12 meses.
Não há uma estimativa para o lucro por ação (LPA) para o 4º trimestre. A estimativa para todo o ano de 2023 é de prejuízo, com queda de -16,1% a -R$ 0,065 por ação. O InvestingPRO indica um preço-justo de R$ 3,12 para os papéis de Magazine Luiza, com potencial de alta de 51,5% e grau de incerteza média para os próximos 12 meses. O valor foi obtido através da mediana de 12 modelos diferentes de valuation e está abaixo da mediana dos analistas de mercado (R$ 3,26). Isso significa que o InvestingPro está menos otimista com as ações de Magalu.
O ProTips, que simplifica em frases geradas por inteligência artificial a análise fundamentalista das empresas do InvestingPro, aponta que Magazine Luiza tem um valuation que implica um forte rendimento do fluxo de caixa livre. Isso significa que a empresa está gerando uma grande quantidade de fluxo de caixa livre em relação ao seu valor mercado, mas está abaixo em relação a seus concorrentes. Por outro lado, o preço das ações caiu significativamente nos últimos três meses, além da previsão de prejuízo para 2023.
