O ano de 2024 começou com o alerta ligado para o setor de Alimentação Fora do Lar. De acordo com dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 44% dos estabelecimentos gaúchos ficaram no vermelho em janeiro, índice é superior à média nacional que é 29%. Na comparação com dezembro, houve aumento de 28% das empresas registrando prejuízo e 73% dos bares e restaurantes tiveram desempenho menor. Para 32% do setor foi possível operar em estabilidade em janeiro, enquanto 24% obtiveram lucro.
“O aumento no índice de estabelecimentos fechando no vermelho é preocupante. Os prejuízos podem ser mensais ou esporádicos, mas é essencial que a empresa tome medidas para evitar tornar-se deficitária”, aponta João Melo, presidente da Abrasel no RS, que completa “Com uma queda abrupta no movimento e a preocupação com a inflação, é hora de revisar nossas finanças e identificar onde podemos reduzir gastos. Sempre tentamos evitar cortes na equipe, mas se os prejuízos persistirem nos próximos meses, demissões no setor podem ser inevitáveis”.
O resultado de janeiro é atribuído aos gastos maiores que são feitos no mês de dezembro, como o 13º salário, impostos e pagamentos para encerrar o ano fiscal. Para tentar contornar o desempenho inferior, o Carnaval trouxe aumento de faturamento para 28% das empresas, em relação ao ano passado. Outros 14% tiveram um desempenho igual ao de 2023, 49% ficaram abaixo e 9% não existiam no ano passado.
PREÇOS DOS PRODUTOS
A pesquisa da Abrasel também revela a preocupação com o aumento dos valores de insumos, apontando que 48% dos estabelecimentos não conseguiram reajustar o cardápio nos últimos 12 meses, enquanto 40% alteraram conforme ou abaixo da inflação. Apenas 12% dos bares e restaurantes subiram os preços acima da inflação.
“Há uma preocupação com os próximos meses, estamos aguardando as movimentações do governo para os incentivos de setores produtivos como indústria, comércio, serviços e outros segmentos que empregam e são vitais para a economia”.
Os dados da Abrasel sobre endividamento indicam que 48% das empresas têm dívidas em atraso. Entre elas, 64% devem impostos federais, 48% empréstimos bancários, 36% impostos estaduais, 36% aluguel, 30% fornecedores de insumos, 23% serviços públicos (água, gás, energia elétrica), 16% devem a fornecedores de equipamentos e serviços e 12% têm taxas municipais em atraso.