O Ministério da Fazenda reduziu a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Conforme dados divulgados nesta terça-feira, 21, pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade em 2023 passou de 3,2% para 3%. Para 2024, a revisão também caiu e a projeção foi para 2,2%, ante 2,3%. Conforme o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, a projeção do IPCA para este ano passou para 4,66% este ano, contra previsão de 4,85% no último boletim. Para 2024, a alta dos preços passou a ser calculada em 3,55%, de 3,40% antes. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25% este ano e de 3% para 2024, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual em todos os casos.
De acordo com o Boletim Macrofiscal deste mês, o recuo na projeção de alta do PIB deste ano repercute a revisão na expectativa de crescimento da economia do terceiro trimestre, que caiu de 0,1% em setembro para 0,0%. Para a projeção do ano cheio, esse menor crescimento esperado para o setor de serviços foi parcialmente compensado por um aumento na projeção de alta para a indústria, destacou a SPE. Para o setor agropecuário, a projeção de crescimento em 2023 permaneceu em 14%. Para a indústria, o crescimento esperado avançou de 1,5% para 1,9%, enquanto para serviços a projeção recuou de 2,5% para 2,2%.
DESACELERAÇÃO
Segundo a SPE, com o resultado projetado para o terceiro trimestre, o PIB deverá desacelerar de 3,2% para 2,8% no acumulado em quatro trimestres. Nessa mesma métrica de comparação, o PIB agropecuário deverá acelerar de 11,2% para 12,4% do segundo para o terceiro trimestre, o PIB industrial passará de 2,2% para 1,9% e o PIB de Serviços deverá desacelerar de 3,3% para 2,5%.
“Para o terceiro trimestre de 2023, a perspectiva é de desaceleração da atividade. Indicadores coincidentes, sobretudo relacionados à evolução da atividade em serviços e vendas, apontaram para menor crescimento nesse trimestre. Na comparação interanual, projeta-se crescimento de 2,0% para o PIB do terceiro trimestre, ante alta de 3,4% no segundo trimestre”, explicou a secretaria.
No caso do setor de serviços, a Fazenda pontuou que a desaceleração nos meses de julho, agosto e setembro foi fruto dos resultados abaixo do esperado observados na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) para Transportes terrestres; Armazenagem; e Serviços prestados às famílias em agosto e para Serviços Técnicos-Profissionais em setembro.