Em todo o mundo, as empresas familiares desempenham um papel de enorme relevância na economia. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas representam quase 90% do total de empresas, empregando 75% da mão de obra. No entanto, segundo estatísticas, de cada 100 empresas familiares que são abertas apenas 30% chegam à segunda geração e só 5% à terceira. Um dos pontos geradores de conflitos é a ausência de um planejamento sucessório adequado, medida que pode evitar prejuízos financeiros e preocupações entre os herdeiros, além de proteger os negócios e a família.
O estabelecimento de um planejamento sucessório é um movimento associado às boas práticas de governança e envolve a criação de um protocolo familiar, dentre outros instrumentos que auxiliam na longevidade dos negócios através das gerações. “No caso do falecimento do fundador, por exemplo, este documento indica os primeiros passos da nova liderança, o que traz segurança para a empresa e, inclusive, para os acionistas, que têm evidente interesse na saúde financeira da companhia”, pontua a advogada Laís Machado Lucas, fundadora do Laís Lucas Advogados Associados e professora de Direito Empresarial.
O protocolo familiar ainda ajuda a evitar conflitos entre os herdeiros e facilita a transição geracional. “Uma das perguntas que fazemos às famílias empresárias com quem trabalhamos é: se você faltasse amanhã, a sua empresa e a sua família estariam preparadas? O planejamento sucessório nada mais é do que essa preparação. E, neste contexto, existem diversos instrumentos jurídicos muito relevantes que podem ajudar a evitar conflitos e a garantir, ao mesmo tempo, a longevidade dos negócios e a harmonia da família”, afirma Laís.