Produção de calçados avança 2% no trimestre, revela Abicalçados

Foram produzidos 195 milhões de pares no período

Crédito: Divulgação/ Assintecal

A produção de calçados avançou 2% no primeiro trimestre deste ano, comparado a igual período do ano passado, alcançando 195 milhões de pares, contra 191,4 milhões no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com base nos índices fornecidos pelo IBGE. Apesar do dado positivo, o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que as perspectivas são de dificuldades nos próximos meses. Segundo projeções, o setor pode registrar uma queda de 0,8% já no próximo trimestre, em relação ao primeiro.

“São muitas as incertezas, principalmente em âmbito internacional. Por isso, neste momento de ainda muita insegurança, se faz urgente a renovação da desoneração da folha de pagamentos, que está em análise no Congresso Nacional”, diz. Ferreira ressalta que, caso a desoneração não prossiga para o próximo ano, serão colocados em risco mais de 30 mil empregos na atividade.

FOLHA DE PAGAMENTO

Para ele, com a demanda internacional em declínio e as incertezas no mercado doméstico, especialmente diante do endividamento recorde das famílias brasileiras precisa, ao menos, manter os empregos. “Onerar a manutenção e a possível criação de vagas é pouco inteligente neste momento”, avalia o dirigente, ressaltando que a chamada de “reoneração” poderia agregar mais de R$ 550 milhões por ano em carga tributária extra para a indústria de calçados.

Atualmente, pelo mecanismo, o setor calçadista pode substituir a contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de pagamentos por 1,5% da sua receita bruta. Para o ano de 2023, conforme projeções da Abicalçados, a expectativa é de que a produção de calçados registre um incremento entre 1% e 1,7%, alcançando mais de 860 milhões de pares e ficando ainda muito aquém dos números pré-pandemia, em 2019, quando foi de 897 milhões de pares.