Começa júri popular de réus que mataram empresário por engano em Porto Alegre

Crime ocorreu em 2016 em um estacionamento de supermercado na zona Sul

Foto: Ricardo Giusti/CP

O juiz Tadeu Trancoso preside o júri popular, iniciado na manhã desta sexta-feira, de quatro dos cinco acusados de envolvimento na morte do empresário Marcelo Oliveira Dias, de 44 anos, ocorrido em 20 de outubro de 2016 no estacionamento de um supermercado no bairro Cavalhada, em Porto Alegre.

O promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo atua na acusação, a cargo do Ministério Público Estadual. Defendem os réus os os advogados Jean Severo e Mirela Cabral, e os defensores públicos Eledi Amorim Porto e Álvaro Fernandes Macieira Cardoso.

Os criminosos confundiram Marcelo com um traficante. A filha dele, na época com quatro anos de idade, sofreu um disparo no rosto mas sobreviveu.

Os réus Bruno Fernando Sanhudo Teixeira, Carlos Henrique dos Santos Duarte, Geovani Bueno Antunes e Rafael Pabosso de Albuquerque foram denunciados por homicídio e tentativa de homicídio. Todos também respondem pelos crimes de organização criminosa, receptação e adulteração de veículo automotor, por usarem um carro roubado com placa adulterada e, também, corrupção de menores, pela presença de uma adolescente no bando.

Apontados pela Polícia Civil como mandantes do crime, Bruno e Giovane deram a suposta ordem de execução de dentro da Cadeia Pública de Porto Alegre, o antigo Presídio Central. A dupla é suspeita de liderar uma facção criminosa, com sede no bairro Bom Jesus. No crime, a meta era executar um rival para assumir o domínio do tráfico na região do Beco do Adelar, entre os bairros Aberta dos Morros e Serraria, na zona Sul da capital.

Orientada a monitorar a entrada de um Peugeot branco no estacionamento, a adolescente de 16 anos avistou o empresário e comunicou a dupla. O verdadeiro alvo da quadrilha, minutos antes do crime, chegou ao local conduzindo uma moto.

De acordo com o processo, Carlos atirou cerca de cinco vezes contra o carro do empresário. Rafael disparou outras nove. O motorista do veículo morreu, no mesmo dia, em confronto com a polícia.

Marcelo era dono de uma academia e, até então, não envolvimento com a criminalidade.

Um quinto acusado, Fabio Fogassa, vai ser julgado separadamente em razão de uma cisão no processo determinada pela Justiça.