O procurador Demétrius Oliveira de Macedo, de 34 anos, preso na manhã desta quinta-feira, por ter espancado a colega Gabriela Samadello na prefeitura de Registro (SP), disse não saber se está arrependido do crime, segundo a delegada Ivalda Aleixo, que concedeu entrevista no início da tarde.
“Rapidamente, do que conversei com ele, das perguntas que a gente tem que fazer, se ele está arrependido do que fez. E ele disse que não sabia responder”, afirmou a delegada, que o notou incomodado durante as perguntas.
Após ser detido no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), onde Ivalda Aleixo concedeu a entrevista, Macedo ainda passará pelo IML (Instituto Médico Legal) e será encaminhado à audiência de custódia. Posteriormente, o procurador será encaminhado para uma cela especial devido à formação como advogado.
Agressão na prefeitura de Registro (SP)
A procuradora-geral de Registro (SP), Gabriela Samadello, foi espancada pelo colega dentro da prefeitura do município do interior paulista. Uma câmera de segurança registrou a agressão de Demétrius Oliveira de Macedo, que atingiu Samadello com socos e chutes, principalmente na cabeça.
Demétrius trabalhava com a vítima havia nove anos, e desde o começo de 2022 estava subordinado a ela. Segundo a procuradora, o agressor não aceitava ter uma mulher como chefe. Além disso, recentemente Gabriela Samadello abriu um processo contra Macedo por destratar uma funcionária da procuradoria.
Após a repercussão do caso, a prefeitura o afastou na terça-feira, com suspensão de pagamento do salário. Outras entidades chegaram a se posicionar sobre as cenas violentas em Registro: a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo disse receber com indignação as agressões, e está apurando o caso. Já o ouvidor das polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, pediu ao delegado-geral da Polícia Civil, Osvaldo Nico Gonçalves, a prisão temporária de Macedo.
Traumatizada, Samadello também se manifestou e disse que, se não tivesse contado com a ajuda de outras pessoas que estavam na prefeitura no momento da agressão, poderia ter morrido. “Acho que é uma coisa muito grave, se as pessoas não estivessem ali para me socorrer, fatalmente não estaria aí para contar essa história, ele teria me espancado até a morte”, afirmou a procuradora.