Motoristas de aplicativo fazem protesto em Porto Alegre

Categoria realizou uma carreata que saiu do Largo da Epatur e seguiu até a sede da Uber

Foto: Guilherme Almeida/CP

Um grupo de 30 motoristas do aplicativo da Uber protestou, nesta quarta-feira, em Porto Alegre. A categoria realizou uma manifestação contra a utilização da ferramenta de cancelamento pelo aplicativo de transporte. De acordo com Maurício Finardi, um dos organizadores do ato, o repasse financeiro para o motorista vem sendo feito de forma errada em função da alta do preço dos combustíveis, descontrolada no país. “A maioria dos profissionais está escolhendo o que convém e o que é melhor para cada um. Não vale a pena fazer uma corrida de 11 quilômetros para receber R$ 8”, ressaltou.

Conforme Finardi, trabalhadores foram cancelados pela empresa na terça-feira, às 18h. De acordo com ele, os motoristas Diamante, Platinum e os condutores com uma margem de 89% de aceitação foram banidos sem maiores explicações aos trabalhadores. “Tivemos colegas que foram banidos pela Uber em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Esteio e Caxias do Sul. Estamos pagando para trabalhar”, acrescentou.

Os motoristas realizaram uma carreata que saiu do Largo Glênio Peres e seguiu até a sede da Uber, na avenida Bagé. No local, promoveram um buzinaço na frente da empresa. Depois, eles desceram dos veículos, que ficaram estacionados na avenida Carlos Gomes, entre as avenidas Bagé e Lajeado, na pista da direita no sentido bairro/Centro. No trajeto, foram escoltados pelos agentes da EPTC e pela Brigada Militar.

Em nota, a Uber informou que os “motoristas parceiros são profissionais independentes e, assim como os usuários, podem cancelar viagens quando julgarem necessário”. A empresa ressalvou, porém, que o cancelamento excessivo ou com o objetivo de fraude configura mau uso da plataforma, já que atrapalha o funcionamento e prejudica intencionalmente a experiência de quem precisa dela. A Uber garante ter “equipes e tecnologias próprias” para revisar constantemente as viagens e os cancelamentos, identificando suspeitas de violação ao Código da Comunidade.

A empresa sustenta ainda que a prática de “cancelar diversas viagens em sequência logo após terem sido aceitas” impede que outros motoristas parceiros gerem renda atendendo as mesmas solicitações de viagens e deixa os usuários esperando mais tempo.