Polícia Civil aguarda imagens para avançar em investigação sobre morte de PRF aposentado em Torres

Em um primeiro momento, investigação busca elucidar dois momentos distintos, explica o subchefe de Polícia, delegado Fabio Motta Lopes

Foto: Record TV RS / Especial / CP

A Polícia Civil se manifestou em coletiva de imprensa, realizada no início da tarde desta terça-feira, sobre as investigações envolvendo o caso do policial rodoviário federal aposentado Fabio Cesar Zortea, de 59 anos, morto a tiros por policiais militares em Torres, no litoral Norte, na madrugada de segunda-feira.

Conforme o subchefe de Polícia, delegado Fábio Motta Lopes, existem dois momentos distintos norteando a investigação. O primeiro, a apuração de que existiam pessoas praticando, de fato, “tumultos em estabelecimentos comerciais”, como a Brigada Militar alega que os dois filhos da vítima faziam. Essa situação, segundo o policial, pode ter justificado uma abordagem, mas ainda não há confirmação se eram realmente os dois os envolvidos na confusão.

Já o segundo momento que também está sendo apurado é a própria abordagem, principalmente após a dupla ser parada pelos PMs em frente a um prédio, após uma perseguição por cerca de um quilômetro.

“As imagens falam por si só. Vocês viram o que acontece depois? Então, nós também vamos elucidar se houve ou não excesso por parte dos policiais”, pontua. “(Pelas imagens) Se percebe alguns erros técnicos durante o processo de abordagem, nesse caso específico. E isso vai ser objeto de análise neste inquérito policial”, complementa o delgado.

Sobre as imagens, o delegado também salienta que, apesar de retratarem a situação, elas não são completas, já que não conseguem mostrar o início nem o momento final, após a briga, que acabou resultando na morte de Zortea. Conforme Motta Lopes, há otimismo por parte da Polícia Civil em receber novas imagens que possam mostrar “o registro fiel do que aconteceu, para confrontar, inclusive, com os depoimentos coletados até o momento, onde há algumas contradições”. Isso, caso seja comprovado, pode gerar uma eventual responsabilização pelo crime de falso testemunho, segundo o delegado.

Entre as pessoas que prestaram esclarecimentos à polícia está um vigilante, que é visto, nas imagens que circularam em redes sociais, usando roupa preta. Conforme o delegado, a conduta dele está sendo analisada, uma vez que, em um primeiro momento, ele tenta ajudar, “mas acaba extrapolando, como indicam as imagens”. “Contudo, ele, no momento, é testemunha, e não investigado”, esclarece o subchefe de Polícia.

Além dos dois filhos do policial rodoviários federal aposentado, a Polícia investiga as condutas de cinco policiais militares, sendo que dois participaram da abordagem e outros três chegaram após a briga que resultou na morte de Zortea.

A titular da 23ª Delegacia de Polícia Regional do Interior de Osório (23ªDPRI-Osório), delegada Sabrina Deffente, salienta que “diante dos fatos que surgiram, a Polícia Civil deixou de investigar uma pessoa, especificamente, e está investigando o fato completo”.

O prazo legal para a conclusão do caso é de 30 dias. No entanto, ele pode ser estendido por conta da complexidade da investigação.

Em paralelo às investigações da Polícia Civil, a Brigada Militar instaurou, ainda nessa segunda, um Inquérito Policial Militar (IPM) para esclarecer a ocorrência.

Despedida

Após o velório do corpo do policial rodoviário federal aposentado, de 59 anos, na manhã desta terça-feira na Capela Mortuária Santa Cruz, em Torres, um cortejo foi realizado até o Cemitério Municipal do Campo Bonito.