BM abre inquérito para apurar morte de policial rodoviário federal aposentado em Torres

Fabio Cesar Zortea morreu baleado por policiais militares durante confusão na madrugada desta segunda-feira

Imagens de um telefone celular registraram a confusão | Foto: Record TV RS / Especial / CP

A Brigada Militar abriu Inquérito Policial Militar (IPM) para esclarecer uma ocorrência na qual o policial rodoviário federal aposentado Fabio Cesar Zortea, de 59 anos, morreu após baleado por policiais militares durante uma confusão, na madrugada desta segunda-feira em Torres, no litoral Norte. Dois filhos dele foram presos em flagrante, sendo que um ficou ferido ao ser também atingido pelos tiros dos PMs. A Polícia Civil também abriu um inquérito para investigar o caso.

Conforme a BM, o efetivo do 2º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (BPAT) de Torres se deslocou para atender um tumulto em dois estabelecimentos comerciais da cidade. As ocorrências envolveram os dois filhos do policial rodoviário. A dupla, que pretendia comprar bebidas alcoólicas, não obedeceu a ordem de parada ao ser abordada.

Houve perseguição por cerca de um quilômetro até a frente de um prédio. O policial rodoviário aposentado desceu do apartamento e a situação se agravou. Em imagens de uma câmera de celular, compartilhadas em redes sociais, o pai e os filhos aparecem agredindo e tentando desarmar os brigadianos, que em seguida desferem os tiros. Ainda segundo a BM, a esposa do policial rodoviário federal aposentado, de 60 anos, também se envolveu na confusão.

Com a chegada de reforço, a BM conteve a situação e encaminhou o filho ferido, de 37 anos, sob custódia, ao hospital. O irmão, de 33 anos, também ficou detido. Um dos policiais militares necessitou de atendimento médico devido aos ferimentos por agressões sobretudo no rosto, boca e nariz.

Em nota, a Brigada Militar lamentou “a morte do policial aposentado e reforça a integração que mantém com a Polícia Rodoviária Federal. O Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Litoral (CRPO Litoral) já instaurou Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos e determinou como encarregado do IPM um oficial do Comando Regional, e não do 2º BPAT, a fim de manter total isenção e elucidar a ocorrência com a transparência necessária”.

“A Brigada Militar também informa que os policiais militares envolvidos na ocorrência já estão afastados de suas atividades e serão atendidos pelo serviço psicossocial prestado pelo Comando Regional, em Osório”, cita a nota oficial da BM. O IPM deve ser concluído em 60 dias.

Já a Polícia Rodoviária Federal divulgou igualmente uma nota oficial, informando que presta apoio à família e acompanha “as investigações da Polícia Civil e da Brigada Militar, responsáveis pela apuração das condutas dos envolvidos, enquanto se coloca à disposição em contribuir para uma justa e isenta investigação”, informou.

A instituição lembrou ainda que o policial rodoviário federal aposentado ingressou na instituição em 1994 e exerceu atividades na Delegacia da PRF em Osório, no litoral Norte, onde se aposentou em 2014. “Manifestamos nossa solidariedade e nosso sincero desejo de conforto à família nesse momento de dor”, manifestou-se a corporação, na nota oficial.