O representante comercial da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, voltou atrás depois de afirmar à CPI da Covid, nesta quinta-feira, que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) – pivô da denúncia de um suposto esquema de propina dentro do Ministério da Saúde – também havia procurado a empresa com o objetivo de negociar a compra de vacinas da AstraZeneca/Oxford.
Dominguetti admitiu o erro ao ser questionado pelo senador Alessandro Vieira (Rede-ES). O parlamentar anunciou que Miranda havia registrado as conversas em cartório e que elas diziam respeito a compra de insumos médicos – e a não vacinas. De acordo com Miranda, o áudio é de outubro do ano passado e o objetivo era comprar luvas para uma empresa que administra nos Estados Unidos.
O vendedor alegou, contudo, que recebeu o áudio do também representante da Daivati Cristiano Alberto Carvalho, e que a partir do material, formou uma interpretação. “Deixa eu falar uma coisa para Vossa Excelência, a minha interpretação da mensagem que foi recebida é assim, ela não muda a contextualização do áudio, a prova, mas a perícia vai provar que eu recebi o áudio do Cristiano e a imagem”, afirmou.
Vieira, porém, não aceitou a argumentação e pediu a prisão de Dominguetti ao presidente da CPI. O senador Omar Aziz (PSD-AM) negou. “Eu não tenho nenhuma intenção de fazê-lo. Eu imagino suas filhas, seu filho, sua esposa vivendo esse momento. Aquilo que a gente não quer para gente, a gente não deseja para os outros”, rebateu o presidente.
Ao voltar a ser questionado pela prisão de Dominguetti, Aziz afirmou que não via motivos para a medida e apoiou o depoente. “Ele [Dominguetti] foi induzido pelo Cristiano, que mandou um áudio cortado, editado, que ele exibiu aqui”, comentou.