O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou nesta quarta-feira dados que mostram que a produção industrial no Brasil teve um recuo de 1,3% em abril em relação ao mês de março de 2021. De acordo com o IBGE, isto representa a terceira queda consecutiva, com perda de 4,4% no período.
Na relação com abril de 2020, o IBGE indicou que a indústria do País avançou 34,7%, oitava taxa positiva seguida na comparação e a mais elevada na série histórica iniciada no ano de 2002.
A indústria acumula alta de 10,5% no ano, intensificando a trajetória de crescimento frente ao último quadrimestre de 2020 (3,5%). O acumulado em doze meses voltou a ficar positivo (1,1%) após 22 taxas negativas.
O resultado negativo da indústria em abril foi guiado por 18 das 26 atividades investigadas pela PIM (Pesquisa Industrial Mensal) e foi impactado principalmente pela retração de 9,5% de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
Outras contribuições negativas importantes vieram de impressão e reprodução de gravações (-34,8%), de produtos de metal (-4,0%), de couro, artigos para viagem e calçados (-8,9%), de celulose, papel e produtos de papel (-2,6%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,2%), de produtos têxteis (-5,4%) e de móveis (-6,5%).
Atividades em alta
Já entre as oito atividades em alta, os destaques foram as indústrias extrativas (1,6%), com dois meses seguidos de expansão acumulando ganho de 7,4%, máquinas e equipamentos (2,6%), que voltou a crescer após recuar 0,8% em março, e veículos automotores, reboques e carrocerias (1,4%), que interrompeu três meses de queda, acumulando redução de 16,6%.
Análise
André Macedo, gerente responsável pela pesquisa, aponta que o espalhamento do resultado negativo pelas atividades industriais em abril foi o maior desde abril de 2020. “O crescimento da produção industrial já vinha mostrando um arrefecimento desde a segunda metade do ano passado”, afirma ele.