O resultado foi o que parte do mercado financeiro esperava, mas superou as expectativas do Relatório Focus divulgado na última segunda-feira, 9. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) presidida por Roberto Campos Neto, o Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 11, aumentar a Selic em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 12,25% ao ano. Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do país ficaram em 9,48%, o segundo maior juro real do mundo. O líder do ranking é a Turquia, com taxa real de 13,33%. Com isso, o dinheiro fica mais caro no mercado.
De forma unânime, o comitê decidiu pela elevação e em seu comunicado, o terceiro aumento consecutivo, a autoridade monetária aponta que, mantido o cenário atual sobre o descompasso no controle da inflação, emprego em alta e preços em elevação, a gestão de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central já começa com a perspectiva de dois novos aumentos na mesma magnitude.
Na última divulgação, em novembro, o Brasil ocupava a terceira posição do ranking dos mercados com maiores juros. Analistas apontam que fatores como o risco fiscal, o câmbio, a inflação e os receios em relação ao pacote de corte de gastos do governo pressionaram o fechamento da taxa real de juros. Na decisão anterior, em novembro, a autoridade monetária já havia elevado a taxa básica em 0,50 ponto percentual, para a casa de 11,25% ao ano.
A reunião que decidiu pela elevação aconteceu nesta terça e quarta-feira. Desde a última reunião do Copom, em setembro, as expectativas dos indicadores de inflação não só para este ano mas também para 2025 e 2026 se deterioraram e as projeções para a taxa Selic subiram.
