O número de pacientes que aguardam transferência para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não para de crescer. Até às 15h desta terça-feira, 371 pacientes estavam nesta condição. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), desse total, 317 aguardam em emergências de hospitais, enquanto que 54 esperam internados em Pronto Atendimentos ou Unidades Básicas de Saúde (UPAs).
Há 24 horas, 315 pessoas à espera de um leito de UTI na Capital, ou seja, em um único dia houve acréscimo de 17,7% no número de pacientes nesta condição.
No entanto, o número de pessoas internadas, assim como a taxa de ocupação das UTIs tiveram uma leve queda na comparação com a situação apresentada na tarde dessa segunda. Enquanto a superlotação das Unidades de Terapia Intensiva caiu de 117,61% para 116,07%, as internações diminuíram de 1.169 para 1.163 pacientes.
Desse total, nesta tarde, 870 estão relacionados ao coronavírus e 293 recebem tratamento intensivo para outras enfermidades.
Além disso, conforme a última atualização da SMS, 12 dos 18 hospitais monitorados estão com as UTIs operando no limite máximo ou acima da capacidade. Os piores cenários seguem no Fêmina (166,67%), Moinhos de Vento (160,61%) e Ernesto Dornelles (145%), sendo que este foi o único que apresentou queda na ocupação em relação a segunda.
Entre as instituições referência no tratamento a Covid, o panorama segue semelhante. O Conceição se manteve estável com taxa de 98,82%. Já o Clínicas teve queda e registra lotação de 119,76%, enquanto a Santa Casa apresentou alta e trabalha com sobrecarga de 122,70%.
Hospitais fecham ou restringem atendimento nas emergências.
A alta pressão no sistema hospitalar da Capital, provocado pelo avanço do coronavírus, fez com que ao menos 10 instituições tomassem medidas de contingenciamento nas suas emergências.
O hospital de Clínicas permanece, desde o último domingo, com sua emergência recebendo apenas pacientes trazidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou pelo Sistema de Gerenciamento de Internações (Gerint). No entanto, a emergência para pacientes sem coronavírus mantém funcionamento normal.
Já a Santa Casa segue com duas das três emergências fechadas por tempo indeterminado. Por conta da superlotação de 300%, a emergência não Covid, localizada no Hospital Dom Vicente Scherer, passou a funcionar com restrição máxima, ou seja, atendendo exclusivamente pessoas com risco de morte iminente.
Enquanto o Hospital Conceição voltou a estabelecer medidas de priorização de atendimento aos pacientes que chegam até o local nesta terça, como relata o diretor-técnico do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Dr. Francisco Paz.
“O atendimento na nossa emergência continua com uma grande pressão por conta da demanda. O número de pessoas que acorrem ao hospital é muito grande. Nesse sentido, estamos tendo o cuidado de priorizar o atendimento para os casos mais graves. Não fechamos a emergência, porém selecionamos a ordem dos atendimentos”, explica o médico.
Além dessas três instituições, pelo menos outros sete hospitais da cidade restringiram ou fecharam o atendimento nas emergências por tempo indeterminado.
Dados atualizados às 15h do dia 16/03/2021