Duas entidades protestaram, na manhã desta segunda-feira, na frente do Palácio Piratini contra o governo do Estado quanto à possibilidade de fechamento total do comércio não essencial, serviços e instituições de ensino em Porto Alegre. Com faixas e cartazes, a Associação Gaúcha das Academias Unidas (AAGU) e a Associação de Escolas de Educação Infantil Privadas (AEPEI) pediram que as academias e as instituições de ensino permaneçam abertas.
Débora Braga, integrante da AAGU, disse que o protesto teve o objetivo de buscar junto ao Executivo estadual o reconhecimento de que as academias são atividades essenciais. “A atividade física serve como fator preventivo para doenças em geral”, destacou. Segundo ela, o entendimento do prefeito Sebastião Melo é que a economia não deve parar. “Se sabe que não foi o comércio, não foi a indústria e nem as academias que promoveram a disseminação do vírus. Cumprimos todos os protocolos de segurança para receber os alunos” ressaltou.
Débora Braga afirmou que as academias ficaram 120 dias fechadas por conta da pandemia da Covid-19. “Os que conseguiram reabrir fizeram investimentos para se adequar as questões sanitárias. Agora, que estamos tentando sair da crise vem o anúncio da possibilidade de fechar de novo. Muitos empresários não vão resistir”, acrescentou. Segundo ela, o vírus mata, mas a falta de emprego e de trabalho também acaba com muitas famílias. Os manifestantes carregavam cartazes com as seguintes mensagens: “Saúde física e mental; “Somos essenciais. Academia é saúde” e “Aliados contra o vírus”.
Já Vanessa Trombini, da direção da AEPEI, disse que com a implementação da bandeira preta em Porto Alegre as escolas estarão fechadas novamente. “Nossas escolas estão há mais de 120 dias atendendo as crianças e não houve contaminação das crianças. Lugar de criança é na escola porque é um ambiente seguro. Não podemos permitir que as escolas fechem novamente”, explicou.
Segundo ela, as instituições de ensino ficaram sete meses fechadas o que resultou em crianças ansiosas, com medo e obesas. “Precisamos colocar a escola na vida dessas crianças”, destacou. Os professores e alguns pais fizeram uma carreata no entorno da Praça da Matriz. Eles estavam com cartazes com as mensagens: “Escolas Abertas” e “Lugar de criança é na escola”. Conforme Vanessa Trombini, a interrupção das atividades será uma tragédia para todos – crianças, famílias e para as escolas que vão quebrar.
A AEPEI divulgou nota em que afirma as escolas infantis são e sempre foram com rigidez fiscalizadas e acompanhadas por protocolos sanitários de cuidados com a saúde. O documento diz ainda que o forte impacto empresarial, que representa o fechamento de centenas de instituições de ensino, milhares de empregos e milhares de vagas na educação infantil, importará na redução de receita tributária, desemprego da mulher trabalhadora e no abandono da função social desta etapa da educação básica.
A associação afirma que houve o aumento de espaços informais e inseguros para o cuidado das crianças pequenas, por necessidade das famílias que estão cada vez mais retornando ao formato presencial de trabalho. Em recente pesquisa direcionada às famílias das comunidades escolares das escolas infantis, das mais de dez mil respostas registradas, 98% afirmou precisar que o filho frequente a escola para poder trabalhar.