Metroplan propõe transporte com gestão compartilhada entre municípios e Estado

Medida já está apta para vigorar em caráter emergencial, mas depende que cidades aceitem a iniciativa

A crise econômica combinada com ofertas de plataformas de serviços de transporte por aplicativo refletiu diretamente no serviço de transporte público. Conforme a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), nos últimos dez anos, entre 2010 e 2019, a queda no número de passageiros nos ônibus que atendem a região metropolitana de Porto Alegre chegou a 50%.

Além disso, as medidas restritivas impostas pela pandemia também impactaram diretamente no sistema. Na metade de março, a queda de passageiros chegou a 75%. Com isso, a Metroplan apresentou uma proposta de unificar o sistema para os gestores das cidades que compõem a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal).

Na prática, a medida busca fazer com que o serviço seja administrado de forma compartilhada entre o Estado e o município, com objetivo de reduzir custos fixos e operacionais, além de evitar a sobreposição das viagens do transportes metropolitanos e municipais, que hoje existe em mais de 60% das linhas, conforme a Metroplan.

“Os municípios vieram na expectativa de buscar um suporte financeiro ou de isenção tributária no serviço, etc… O secretário então colocou aos municípios as dificuldades do governo do Estado em subsidiar, promover subsídio… daí nós apresentamos outra proposta, que não demanda subsídios, ela demanda, sim, uma reorganização do sistema para, a partir das sobreposições existentes, promovermos os ajustes e a economia dentro dos sistemas (de cada cidade)”, explicou o superintendente da Metroplan, Rodrigo Schnitzer.

Além disso, a iniciativa busca fazer com que a cobrança feita através da bilhetagem eletrônica seja padronizada, fazendo com que o cartão utilizado pelo usuário possa ser aceito em qualquer ônibus que faça parte do sistema.

Ainda segundo a Metroplan, a proposta já está apta para entrar em vigor. Agora, cabe aos municípios buscar um diálogo com o governo estadual para entender melhor a iniciativa, e decidir se aderem ou não. Vale destacar que a medida vai ser concretizada de maneira individual, identificando e trabalhando em cima da característica de cada cidade.