Um ciclone extratropical que atua a sudeste do Rio Grande do Sul provocou, além de muita ventania, uma forte ressaca em toda costa gaúcha, nesta sexta-feira, com ondas entre 2,5 metros e 4 metros de altura próximas à orla, segundo a Marinha do Brasil.
No litoral Norte, a água do mar avançou bastante, danificando estruturas instaladas à beira-mar e forçando os frequentadores a permanecerem sobre as dunas de areia. Segundo o comando da Operação Verão do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul (CBMRS), o mar destruiu seis guaritas de guarda-vidas em Arroio do Sal e Capão Novo, balneário pertencente a Capão da Canoa, onde a ressaca também não deu trégua.
Em praias de Imbé, a água chegou a avançar pelas ruas orla. O vento, com rajadas de até 50 km/h na madrugada, não chegou a ser intenso na manhã de hoje, soprando de forma moderada, abaixo dos 20 km/h, mas as temperaturas amenas, oscilando entre 17 e 26 graus, e o céu parcialmente nublado, alternando com um pouco de chuva, fazia o dia de verão se parecer mais como um de outono.
Em Tramandaí, o mar atingiu quiosques e até mesmo a área em frente à rua da Igreja. O rio Tramandaí também sofreu elevação e invadiu parte da avenida Beira-rio, nas imediações da Praça dos Botos. Situação semelhante se registrou em Imbé, onde um quiosque saiu do lugar pela força das ondas e outros proprietários correram para retirar produtos e utensílios de dentro, a fim de evitar mais prejuízo. Em um deles, cadeiras e mesas foram levadas pela ressaca. A água ainda invadiu a rua Quartzo, no balneário Nordeste.
Até que a ressaca cesse, o comandante da Operação Verão do CBMRS, major Isandré Antunes de Souza, recomenda que os veranistas evitem a praia. “Para nós é um mar de bandeira vermelha. Não é recomendado nem ir à beira da praia. A principal recomendação é não levar crianças, nem mesmo idosos ou pessoas com dificuldades de mobilidade, porque ele arrasta e pode acontecer até mesmo afogamento no raso”, explica.
A MetSul Meteorologia classifica o episódio de ressaca como significativo, por ser atípico e raro em plena temporada de verão. Segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul, a agitação marítima é derivada da forte intensidade do ciclone extratropical, que se formou sobre o sul do Rio Grande do Sul entre a quarta e feira passada e ainda segue influenciando o clima. A ressaca deve começar a regredir, gradualmente, a partir de domingo.