A reunião entre os rodoviários de Guaíba, representantes da empresa Expresso Assur e a prefeitura da cidade, realizada na manhã desta terça-feira (12), chegou ao fim sem um acordo que pudesse encerrar a greve da categoria, que já dura dois dias. O encontro foi mediado pela Justiça do Trabalho, que determinou que 40% da frota volte a circular nas ruas do município a partir de amanhã.
O assunto voltará a ser debatido na próxima segunda-feira (18). Até lá, a categoria seguirá mobilizada pelo pagamento das as cestas básicas e o vale-alimentação, que estão em atraso há um ano e meio. Os funcionários da concessionária alegam, também, que o 13º salário do ano passado ainda não foi depositado, e os vencimentos mensais caem na conta de forma parcelada.
“Eu não sei como eu vou conseguir fazer com que os trabalhadores voltem aos postos. O pessoal não tem mais o emocional tranquilo para trabalhar. Há, inclusive, uma pressão por parte dos familiares, já que muitos acham que é melhor ficar desempregado do que trabalhar sem receber”, relata o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Guaíba, Luiz Carlos Veiga Martins.
Existia uma expectativa de que a prefeitura da cidade apresentasse, como alternativa, uma proposta de aporte de recursos públicos na Expresso Assur. Entretanto, essa possibilidade não foi oferecida durante a reunião. A companhia alega não ter dinheiro para colocar as contas em dia por causa da crise econômica agravada pela pandemia da Covid-19, além da concorrência do transporte irregular.
“A sugestão foi mandar todo mundo embora”, lamenta Luiz Carlos. O sistema convencional do transporte coletivo de Guaíba conta com seis linhas e cobra R$ 4,50 de tarifa. Já o sistema complementar, conhecido como “amarelinhos”, está desativado desde o início da pandemia de coronavírus.