A greve dos funcionários da empresa Expresso Assur, concessionária que opera as linhas de transporte coletivo em Guaíba, chega ao seu segundo dia. Assim como aconteceu ontem, nenhum veículo saiu da garagem nesta terça-feira (12) em razão da mobilização, motivada por atrasos no pagamento de salários e benefícios.
Uma audiência, agendada pela Justiça do Trabalho, é a esperança dos profissionais para a resolução do impasse que já dura quase dois anos. O encontro, agendado para as 10h, vai contar com a participação de representantes da categoria, gestores da companhia e do prefeito da cidade, Marcelo Maranata (PDT).
“Se fosse uma briga por aumento de salários nós entenderíamos, levando em conta a situação do país, mas não é isso. Não estamos recebendo porque a empresa alega não ter mais dinheiro”, lamenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Guaíba, Luiz Carlos Veiga Martins.
Segundo a categoria, as cestas básicas e o vale-alimentação estão em atraso a um ano e meio. O 13º salário do ano passado ainda não foi depositado, e os vencimentos mensais caem na conta de forma parcelada. Caso a reunião chegue ao fim com um acordo, os profissionais voltarão ao trabalho no amanhecer na quarta-feira.
Alternativas
Os rodoviários não descartam a possibilidade de manter a greve, que afeta todas as seis linhas do sistema convencional de transporte coletivo no município. Uma das alternativas em estudo é o aporte de dinheiro público na Expresso Assur, em um formato parecido com o adotado em Canoas – que conviveu com uma paralisação de quinze dias.
Por lá, a prefeitura adquiriu passagens sociais no valor dos débitos para encerrar a mobilização dos funcionários da Sogal, que enfrenta uma grave crise financeira. A situação de Guaíba, entretanto, possui um agravante: o principal problema apontado pela administração é o transporte irregular de passageiros.