A juíza de Planalto Marilene Parizotto Campagna decidiu, em regime de plantão, nesta segunda-feira, manter a prisão preventiva de Alexandra Dougokenski, acusada de o matar o filho, o menino Rafael Winques, de 11 anos, em maio do ano passado, no município do Norte gaúcho.
A magistrada sustenta que negou o pedido com base na periculosidade concreta, pela conveniência da instrução e para assegurar a aplicação da lei penal. A defesa de Alexandra pedia a revogação da prisão preventiva ou a adoção de monitoramento eletrônico, com tornozeleira.
Na decisão, a juíza cita, entre outros elementos, depoimentos de familiares de que, em outras oportunidades, a acusada mudou de endereço sem deixar pistas, e o fato de que, em depoimentos mais recentes vem tentando incriminar outras pessoas, mesmo que sutilmente, pelo ‘desaparecimento’ da criança.
Em 2020, Alexandra admitiu ter matado o filho, inclusive mostrando como tudo ocorreu, durante a reconstituição do crime. A perícia indicou, como causa da morte, asfixia mecânica – provocada por estrangulamento.
Juíza pede que Corregedoria da Polícia investigue abuso de autoridade
A defesa Alexandra pedia, ainda, a nulidade de um interrogatório ocorrido em 27 de junho alegando que, nesse dia, os delegados, nesse dia, negaram uma conversa reservada entre o advogado e a cliente.
A juíza acatou parcialmente a solicitação, determinando que esse interrogatório não tenha o conteúdo utilizado durante um eventual júri popular, uma vez que ocorreu às vésperas da internação de Alexandra, no Hospital Vila Nova, em Porto Alegre, e dias após ela ter saído, debilitada, do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF).
Na mesma decisão, a magistrada remete cópia dos autos à Corregedoria da Polícia Civil e requisita que os três delegados do caso sejam investigados pela prática de abuso de autoridade.