A Câmara dos Deputados pode votar a Medida Provisória 994/20, que destina um crédito extraordinário de quase R$ 2 bilhões para viabilizar a compra de tecnologia e a produção de vacinas contra o novo coronavírus. A sessão está marcada para a próxima quarta-feira (2), às 11 horas.
O dinheiro se refere a contrato entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, e o laboratório AstraZeneca. A empresa desenvolve uma vacina contra a Covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. A proposta prevê que os recursos tenham origem na emissão de títulos públicos (operações de crédito).
Do total, R$ 1,3 bilhão corresponderá à encomenda tecnológica. Bio-Manguinhos – a unidade da Fiocruz produtora de vacinas – receberá investimentos de R$ 522 milhões. A vacina de Oxford está em fase de testes no Brasil e em outros países. A intenção é produzir 100 milhões de doses, com distribuição por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A AstraZeneca foi uma das fabricantes de candidata à vacina contra a covid-19 a anunciarem resultados preliminares positivos neste mês, além da Pfizer, Moderna, CoronaVac e Sputinik V. De acordo com as doses administradas, a vacina de Oxford apresentaria eficácia de 62% a 90%, sendo a média de 70%.
Representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) têm previsão de visitar a fábrica da vacina da Oxford na China de 7 a 10 de dezembro. Eles já estão no país. A inspeção faz parte do protocolo para registro da vacina no Brasil. Os testes começaram no Brasil em 20 de junho e englobam 10 mil pessoas.
O estudo chegou a ser suspensos em todo o mundo, no mês de setembro, depois que uma voluntária no Reino Unido apresentou reação adversa grave. Ela foi diagnosticada com mielite transversa, uma manifestação neurológica que afeta os nervos periféricos da coluna. Entretanto, os trabalhos foram retomados dias depois.