O traficante Elias Pereira da Silva, conhecido como Elias Maluco, encontrado morto na cela da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, nessa terça-feira, deixou, pelo menos, 10 cartas escritas a mão para familiares, segundo a Polícia Federal (PF).
Em nenhum dos relatos o criminoso cita arrependimento ou revolta com o sistema penitenciário. Ele apenas escreve que “não aguentava mais a vida e não conseguia mais se posicionar” em frente aos familiares.
De acordo com os agente penitenciários, Elias não demonstrou nenhum comportamento estranho para cometer suicídio. Peritos da PF disseram, inclusive, que a cela onde ele cumpria pena era bem organizada.
O corpo deve ser levado ao Rio de Janeiro, após a Polícia Federal emitir um documento para autorizar a vinda do corpo para a capital carioca.
Relembre
Na semana passada, uma ação conjunta do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e da Polícia Civil foram a endereços supostamente ligados a Elias Maluco durante operação que investigou crimes de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho.
Conforme as investigações do MP-RJ e polícia, Elias Maluco era dono do tráfico de todas as favelas comandadas pelo CV na Baixada Fluminense. Dentro da facção, ele só se mantinha “abaixo” de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP — que também está preso na unidade federal Catanduvas.
As investigações apontaram ainda que, somente na Baixada Fluminense, área supostamente comandada por Elias Maluco, o faturamento mensal de algumas localidades com o tráfico de drogas chega a R$ 7,2 milhões. Desse valor, as lideranças absorvem cerca de 20% do lucro.
Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu conceder liberdade para Elias Maluco, mas decisão acabou derrubada, após dois meses, uma vez que ele já tinha outras condenações, respondendo inclusive por lavagem de dinheiro.