Em nova rodada de negociações, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) reafirmou, nesta quarta-feira, posição contrária ao retorno das atividades presenciais em sala de aula, como proposto pelo governo gaúcho. Além disso, a entidade que representa as 497 prefeituras rejeitou a alternativa sugerida pelo Palácio Piratini para que os prefeitos decidam sobre o retorno presencial na Educação Infantil.
O governo propõe retomar o calendário de forma escalonada, começando pelas crianças de zero a quatro anos, o que não interfere na grade curricular. Caso a decisão fique a cargo do Executivo, os municípios poderão ou não adotar medidas mais restritivas sobre o retorno das atividades em pré-escolas e creches.
Além da Famurs, estiveram reunidos, por videoconferência, presidentes das associações regionais, integrantes do primeiro escalão, Ministério Público e Tribunal de Contas. Um novo encontro deve ser realizado na terça-feira.
Nesta semana, a entidade já havia divulgado pesquisa indicando a rejeição de 93% dos prefeitos à volta da Educação Infantil. Mesmo com cenário adverso, o governador Eduardo Leite pontuou que a alternativa visa auxiliar pais e mães que já foram chamados a voltar ao trabalho. O governador salientou ainda que a possibilidade de reabertura de escolinhas visa evitar uma “quebradeira” para o setor privado e a consequente migração em massa de crianças para a rede publica.
“A posição da entidade, neste momento, é de inviabilidade. Nós temos uma preocupação com o risco que alunos e professores vão correr, não há notícias de diminuição de casos para as próximas semanas e há inúmeras questões práticas preocupando os gestores, como transporte escolar e contratações”, justificou o presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen.
A Famurs entende que o diálogo possa ser retomado quando diminuírem os números de casos de Covid-19 no Rio Grande do Sul. Conforme a secretária de Saúde, Arita Bergmann, ainda não há uma previsão para um recuo do vírus. “Não há uma resposta objetiva, uma data ou dia em que teremos segurança cem por cento, de que terminou a epidemia. Temos muitas dúvidas ainda, mas estamos monitorando”, declarou.
Com relação à pressão das escolas privadas de Educação Infantil, a sugestão da Famurs é de que o Banrisul disponibilize uma linha de crédito para financiamento com juros subsidiados até o fim do ano.
Cronograma proposto pelo Piratini de retorno do ensino presencial
31/8 – Ensino Infantil (público e privado)
14/9 – Ensino Superior (público e privado)
21/9 – Ensino Médio e Técnico (público e privado)
28/9 – Ensino Fundamental – anos finais (público e privado)
8/10 – Ensino Fundamental – anos iniciais (público e privado)