OMS: “nacionalismo de vacinas” é incompatível com a luta contra o vírus

Até então, cerca de 26 possíveis vacinas vêm sendo sendo testadas em diferentes fases

Foto: Divulgação/WHO

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, criticou nesta quinta-feira qualquer “nacionalismo” em matéria de vacinas e pediu o compartilhamento de ferramentas para combater a Covid-19.

“O nacionalismo das vacinas não é uma coisa boa. Isso não vai nos ajudar”, declarou durante o Fórum de Segurança de Aspen, três dias de debates online a partir da cidade americana do Colorado. Tedros defendeu que haja um “consenso global para que qualquer vacina seja um bem público comum”. “É um compromisso político”, insistiu.

Para ele, não se trata de “compartilhar por compartilhar”, mas por uma necessidade, que beneficia inclusive os países melhor equipados: “Eles não dão caridade aos demais. Fazem por si mesmos, porque quando o resto do mundo se restabelecer e abrir, eles também se beneficiarão”. As declarações foram publicadas pela Agência France Presse.

“Uma reativação mais rápida é uma reativação conjunta, porque vivemos em um mundo globalizado. As economias estão intimamente relacionadas”. Não pode haver “alguns países seguros’. Todos devem se recuperar juntos”, enfatizou.

Cerca de 26 possíveis vacinas vêm sendo testadas em diferentes fases, das quais seis “em um bom estágio, em ensaios clínicos”, disse o diretor de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, que voltou a ser cauteloso. “Não há garantia de que uma dessas seis nos dê a resposta, e provavelmente precisaremos de mais de uma vacina para fazer esse trabalho”, disse o epidemiologista, comemorando os muitos projetos em andamento no mundo.

O novo coronavírus matou mais de 700 mil pessoas em todo o planeta e infectou mais de 18,8 milhões desde o primeiro surto na China em dezembro.