Brigadianos do interior gaúcho realizaram, na manhã deste sábado, manifestações contra o pacote do governador Eduardo Leite (PSDB), que altera a carreira e a aposentadoria dos funcionalismo público. Com faixas e cartazes, diversos grupos foram para frente de quartéis da Brigada Militar (BM) a fim de demonstrar contrariedade. As manifestações ocorrem desde quarta-feira, primeiro com as esposas dos militares, e desde sexta-feira com a presença dos próprios PMs.
Servidores realizaram uma ação de aquartelamento em Uruguaiana, na fronteira Oeste, no início do dia. Em diversos locais foi adotada a operação-padrão. Durante assembleia dos militares, realizada na semana passada, essas ações haviam sido definidas para os dias 16 e 17. Porém, segundo líderes do Fórum de Militares, declarações recentes de Leite anteciparam as medidas.
“Em razão de não termos resposta e pela demora do governo, os ânimos estão exaltados”, afirmou o presidente da presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), Aparicio Santellano. De acordo com o subtenente da BM, ações semelhantes devem ocorrer na Serra, região Norte, na Capital e Região Metropolitana.
Como estratégia, os organizadores das manifestações não vêm divulgando os locais de protesto. “Ninguém vai invadir quartel, os brigadianos vão para a frente dos quartéis e pedem que os colegas não saiam para atender ocorrências, com exceção de emergências”, explica Santellano. Em relação ao funcionamento da operação-padrão, o presidente da ASSTBM explica que a orientação é que os brigadianos não saiam às ruas caso os equipamentos como viaturas, coletes à prova de balas e armamentos não estejam funcionando devidamente.
Presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), José Clemente da Silva Corrêa disse que, para os dias de votação do pacote, são esperados mais de 30 mil brigadianos e bombeiros na Praça da Matriz, em Porto Alegre.
O grupo promete realizar uma manifestação ao longo dos dias de votação do pacote, previsto para ocorrer entre 16 e 18, para pressionar os deputados a votarem contra o texto. A Abamf é uma das entidades ligadas ao Fórum de Militares, que reúne seis associações. Com discurso alinhado ao colega, Clemente também criticou as falas de Leite em relação aos militares.
“Sucatear a Segurança certamente não é o caminho”, afirmou. Na avaliação dos militares, o pacote do Executivo fere a legislação ao mexer em regras da categoria, regida por uma lei federal.