Empregados da Petrobras ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) marcaram o início de uma greve entre a madrugada de segunda-feira e a meia-noite de sexta. A paralisação, aprovada em 12 das 13 assembleias realizadas nos últimos dias, envolve importantes unidades produtivas da empresa, entre elas a Bacia de Campos e as maiores refinarias do País, como Replan, em Paulínia (SP), a Reduc, em Duque de Caxias (RJ), e a Refap, em Canoas (RS). O abastecimento, no entanto, está garantido, como prevê a legislação.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a FUP acusa a empresa de descumprir o acordo coletivo firmado em novembro após um extenso período de negociação direta e mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A estatal, segundo a entidade, vem descumprindo cláusulas relativas à segurança dos trabalhadores e do meio ambiente e também relativas a garantias conquistadas pelos funcionários que ingressaram por meio de concurso público.
Sobre a segurança da saúde dos trabalhadores e do meio ambiente, existem duas acusações – a de que a empresa vinculou a premiação de empregados, revertida em ganhos salariais, a metas de segurança, o que estimula a subnotificação de acidentes; e a de que a redução do número de tripulantes nas plataformas, aplicada nos últimos anos, coloca em risco os que permanecem trabalhando nas embarcações.
“A gente não quer que aconteçam acidentes como o do óleo que atingiu praias do Nordeste e que hoje compromete a vida da população local”, afirmou o diretor de Assuntos Institucionais da FUP, Deyvid Bacelar.
No que se refere às garantias dos concursados, a acusação é que a empresa vem decidindo demissões e transferências das equipes das unidades inseridas no programa de privatização sem conversar com o sindicato, como prevê o acordo coletivo, segundo a FUP.
Procurada pelo Estadão, a Petrobras ainda não respondeu.