O Indicador de Inadimplência da CDL POA relativo às pessoas físicas (PF) subiu em novembro de 2024 em comparação com o período imediatamente anterior. No Rio Grande do Sul a taxa chegou a 31,89%, alta de +0,22 ponto percentual em relação a outubro. Já em Porto Alegre o indicador é mais alta, chegando a 33,08%, crescimento de +0,09 ponto percentual no confronto com outubro.
Com o resultado, o número de negativados chega a 2,735 milhões de CPF’s no estado e 355.583 em Porto Alegre, segundo dados da Equifax | Boa Vista e de estimativas próprias com base no Censo 2022 do IBGE. De acordo com o levantamento elaborado pela Assessoria Econômica da entidade, apesar da alta, os índices para o Rio Grande do Sul e Porto Alegre permanecem inferiores aos registrados em abril: período anterior às enchentes históricas que atingiram o território gaúcho.
Com relação a pessoa jurídica, o Rio Grande do Sul apresenta uma taxa de 12,82%, avanço de +0,19 ponto percentual em relação a outubro. Em Porto Alegre o indicador chega a 14,53%, aumento de +0,13 ponto percentual no confronto com outubro. São 181.667 CNPJ’s negativados no estado e 32.929 em Porto Alegre, conforme levantamento da Equifax | Boa Vista e dados do Mapa das Empresas do Governo Federal.
CENÁRIO
De acordo com o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, “houve retração expressiva na quantidade de CPF’s negativados nos períodos críticos da crise climática (maio e junho). Isso se deveu à injeção de recursos emergenciais e à contenção de gastos das famílias em virtude das limitações à mobilidade. Porém, à medida que o dinheiro em circulação diminui e os gargalos à locomoção se normalizam, os indicadores voltam a sofrer pressão para cima, embora ainda permaneçam abaixo dos níveis registrados em abril”, explicou.
No caso das pessoas jurídicas, o economista destacou o provável impacto do programa “Desenrola Pequenos Negócios”, que vem permitindo a renegociação de dívidas de micro e pequenas empresas desde abril. Em contrapartida, os empreendedores vêm lidando com a aceleração da inflação ao produtor, que, nos últimos 12 meses, acumulou alta de 6,97% de acordo com a FGV, pressionada pela desvalorização cambial. “O aumento da inadimplência PJ para o Rio Grande do Sul em novembro reflete uma natural acomodação após a maior sequência de quedas mensais (cinco) da história do indicador para as empresas.”
Outro desafio relevante diz respeito ao impacto das elevações da Taxa SELIC, que deve encerrar o ciclo de alta em meados de 2025, alcançando 14,25% ao ano, conforme projeções da Assessoria Econômica. “O cenário econômico doméstico (superaquecimento do nível de atividade e do mercado de trabalho, aceleração da inflação corrente e de suas expectativas, riscos fiscais e desvalorização cambial) e externo mais conturbados reduzem o espaço para que tenhamos o início de cortes nos juros ainda no próximo ano.”, concluiu.