“Não tem novo imposto no Brasil, zero”. A afirmação é do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em passagem por Porto Alegre, nesta quinta-feira. Lorenzoni palestrou na sede da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), no Palácio do Comércio, em um evento para convidados, com o tema “O Brasil que estamos construindo juntos”.
Recebido pelo presidente da entidade, Paulo Afonso Pereira, ele relatou as ações do governo até o momento e projetou os próximos passos da gestão de Jair Bolsonaro. “CPMF não existe. Muito provavelmente o que ocorrerá será um conjunto de soluções para impostos federais. O problema é que as propostas da Câmara e do Senado é que mexem com a vida dos estados, que impedem uma reforma tributária verdadeira”, ponderou.
Onyx Lorenzoni também falou sobre o regime de recuperação fiscal, uma das bandeiras do governador Eduardo Leite. Conforme ele, o plano não deve ser assinado em 2019, ficando para depois da reforma da previdência e da repactuação do pacto federativo. “Depois disso, estudamos um novo processo para dar um desafogo aos estados. Mas está em gestação ainda. Deverá ser no ano que vem”.
O ministro disse acreditar que, a partir disso, em até dois anos, os estados tenham outro programa para recuperar a capacidade de investimento. “O governador Leite faz um esforço sobre-humano, mas os investimentos são 0,1%, 0,2%. Um estado como o RS foi amordaçado por essa dívida antiga”, contou o ministro, que ainda rechaçou a hipótese de privatização do Banrisul como parte de um acordo para sanar a crise estadual.
Imagem arranhada no Exterior
Onyx também ponderou sobre as preocupações do governo com a imagem arranhada do Brasil no exterior, após as queimadas na Amazônia. “Fico triste em saber que diplomatas estejam difamando a nação lá fora. Enfrentamos um antagonismo muito forte. Causamos um estrago muito forte na esquerda do Brasil e da América Latina. Vamos continuar isso”, afirmou, que citou os motivos para a propagação de “mentiras que precisam ser desfeitas”.
Sobre o discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, na semana que vem, disse que “o presidente vai acentuar nossa posição sobre a soberania nacional e os cuidados com a Amazônia. Somos o único país que lançou o mais audacioso programa de recuperação de bacia hídrica do planeta foi o Brasil, no Araguaia”.
Além da fala em Nova York, o governo planeja outras ações para desconstruir a repercussão negativa dos incêndios na floresta amazônica. “Faremos coletivas, em outros idiomas inclusive, com o (ministro do Meio Ambiente Ricardo) Salles e a (ministra da Agricultura) Tereza Cristina. Os europeus desinformados nos atacam, mas nenhum país pode nos dar lição sobre Meio Ambiente”, adiantou.
Caso Bezerra Coelho
O ministro disse que o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), é que vai ter que esclarecer os fatos investigados na Operação Desintegração.
A Polícia Federal (PF) realizou hoje buscas no gabinete de Bezerra e no apartamento dele em Brasília. “A situação é relativa a fatos passados, quando ele era ministro de um governo anterior. A posição do nosso governo é de aguardar os acontecimentos”, completou.