A direção dos Correios afirmou, em nota, que a greve aprovada pelos trabalhadores da empresa, na noite dessa terça-feira, ainda não afetou os serviços postais, financeiros e de conveniência prestados nos mais de 12 mil pontos de atendimento espalhados pelo País.
Em nota divulgada na tarde de hoje, a diretoria da empresa classifica a iniciativa dos empregados da estatal de “paralisação parcial”. Segundo a diretoria, 82% do efetivo total das agências estão trabalhando normalmente nesta quarta-feira. Em Brasília, o percentual é de 88,47%, de acordo com a empresa.
Para minimizar eventuais impactos futuros à população, os Correios colocaram em prática um Plano de Continuidade de Negócios, que prevê medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões.
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) afirmou que o movimento é nacional, por tempo indeterminado.
Além de ser contrária à proposta de privatização dos Correios, a categoria reivindica a prorrogação do Acordo Coletivo de trabalho (ACT), que venceu em 31 de julho, a reposição das perdas inflacionárias dos últimos anos e a manutenção do vale-alimentação e do plano de saúde.
No mês passado, o governo federal incluiu os Correios no Plano Nacional de Desestatização (PND) e inaugurou a fase de estudos para privatizar, total ou parcialmente, a empresa e outras estatais, incluindo a Ceitec e a Trensurb, no Rio Grande do Sul. A abertura de estudos não indica necessariamente que uma empresa vai ser privatizada, restando, como alternativa para as companhias federais incluídas no plano, a assinatura de parcerias com o setor privado.
Negociação do acordo de trabalho
A negociação das cláusulas do acordo parou no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que, na semana passada, após várias tentativas de compatibilizar os interesses de trabalhadores e da empresa, decretou a extinção do procedimento de mediação. Segundo a assessoria do tribunal, a direção dos Correios não aceitou a proposta de prorrogar o acordo coletivo para permitir o prosseguimento das negociações.
“Querem reduzir radicalmente os salários e benefícios para diminuir custos e privatizar os Correios”, informou a Findect, entidade que reúne sindicatos com cerca de 100 mil empregados da empresa. “Para manter nosso acordo coletivo, repor as perdas aos salários e manter os empregos, teremos que lutar.”
A direção dos Correios sustenta ter apresentado aos representantes dos trabalhadores números revelando a “real situação econômica da estatal”. De acordo com a direção da empresa, os prejuízos operacionais acumulados atingem R$ 3 bilhões.
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