O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que a comissária dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, vem “defendendo direitos humanos de vagabundos” e atacou o pai da ex-presidente do Chile, morto durante a ditadura militar chilena em decorrência de torturas sofridas no cárcere. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Alberto Bachelet era brigadeiro-general da Força Aérea do Chile. Ele se opôs ao golpe de 1973 do general Augusto Pinochet e acabou preso e submetido a tortura por vários meses até a morte, em 1974.
“Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 73, entre eles o seu pai, hoje o Chile seria uma Cuba. Acho que não preciso falar mais nada para ela. Parece que quando tem gente que não tem o que fazer, como a senhora Michelle Bachelet, vai lá para cadeira de direitos humanos da ONU. Passar bem, dona Michelle”, disse o presidente a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta quarta-feira.
Bolsonaro também desejou “pêsames” para Michelle Bachelet. “A única coisa que tenho em comum com ela é a esposa que tem o mesmo nome. Fora isso, fora isso, meus pêsames a Michelle Bachelet”, disse o presidente. Ele também voltou a criticar o presidente francês, Emmanuel Macron.
Nas últimas semanas, Bolsonaro e Macron antagonizaram na questão ambiental envolvendo a região amazônica. “Perderam a briga na agenda ambiental, igual o Macron quis fazer com a nossa soberania aqui. Ela agora vai na agenda de direitos humanos. Está acusando que eu não estou punindo policiais que estão matando muita gente no Brasil. Essa é a acusação dela, ela está defendendo direitos humanos de vagabundos. E ela diz mais ainda, ela critica dizendo que o Brasil está perdendo o seu espaço democrático”, reclamou.
No Facebook, Bolsonaro reforçou o que pensa sobre o pai de Michelle Bachelet. Em julho, o presidente já havia atacado o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, morto pela ditadura militar brasileira.