O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou hoje que a decisão de suspender o reajuste do óleo diesel foi empresarial, e não uma determinação do governo. O dirigente da petroleira passou a tarde reunido, no Palácio do Planalto, com ministros do governo, para discutir a política de preços de combustíveis e o tabelamento do frete para transportadores de carga. Segundo ele, o presidente da República apenas alertou que o aumento impunha o risco de desencadear, entre os caminhoneiros, uma onda de insatisfação.
“A decisão foi tomada pela diretoria da Petrobras. Ninguém ordenou a Petrobras que [não] reajustasse. O presidente [Bolsonaro] alertou para os riscos”, afirmou. O presidente da Petrobras disse ainda que Jair Bolsonaro quer abordar a questão dos caminhoneiros, mas que a Petrobras é “livre” e “tem vida própria” em relação ao governo.
Na semana passada, a Petrobras havia anunciado um reajuste de 5,7% no preço do óleo diesel nas refinarias, mas a medida acabou suspensa, por recomendação do presidente da República. O governo informou que quer entender aspectos técnicos da decisão da Petrobras para pensar medidas que possam minimizar o impacto dos aumentos para os caminhoneiros, mas negou que haja interferência na política de preços da estatal.
Em maio do ano passado, a alta no preço do diesel levou à paralisação da categoria, e que afetou a distribuição de alimentos e outros insumos, causando prejuízos a diversos setores da economia.
Após a decisão de suspender o reajuste do diesel na sexta-feira, as ações da empresa na Bolsa de Valores registraram desvalorização de 8,54%.
Amanhã, outra reunião está agendada para tratar do assunto, dessa vez com a presença do presidente Jair Bolsonaro.