O advogado do Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), Alceu Machado, afirmou à reportagem da Rádio Guaíba que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a rejeição da segunda proposta de reajuste salarial que foi apresentada ao Sindicato dos Rodoviários. Em assembleia da categoria realizada nessa quinta-feira, os trabalhadores não aceitaram os valores oferecidos pela patronal.
A categoria exige um reajuste de 5,5%, que representa a reposição inflacionária mais 2,3% de aumento real. A proposta rejeitada, ontem, foi de 3,2%, o que cobriria apenas a inflação. Além disso, os rodoviários também rejeitaram a proposta de aumento do vale-refeição, que passaria de R$ 25 para R$ 27.
De acordo com o advogado do sindicato patronal, Alceu Machado, como a entidade não foi comunicada ainda, não se sabe se a categoria rejeitou todos os itens apontados ou apenas o valor dos salários, por exemplo. Segundo ele, na questão dos vencimentos, as empresas tem sido taxativas informando que não há condições de repassar além da inflação. “A reposição dada para os rodoviários tem impacto no cálculo da tarifa. É justo fazer isso com o passageiro?”, questiona.
A data base da categoria é o dia 1º de fevereiro e, de acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Sandro Abade, só se fala em greve após esta data. Entretanto, Abade sinalizou para a possibilidade de protestos a partir da próxima semana.
“O trabalho do rodoviário é no asfalto, então se houver protesto não será na frente de uma empresa. Podem acontecer alguns transtornos na cidade”, comentou o sindicalista prevendo congestionamentos durante o dia caso a manifestação em Porto Alegre se confirme.
Mesmo com a previsão de protestos, Abade se mostra tranquilo em relação ao prazo para negociação. “Ainda tem tempo, estamos no sinal verde, não chegamos no laranja de atenção, mais para o fim do mês já passa para o vermelho.” De acordo com Abade, o dia 27 de janeiro é a data limite para que se encontre uma solução definitiva.