Economia, segurança e o desenvolvimento da infraestrutura do Rio Grande do Sul foram os principais temas discutidos nesta quinta-feira no debate Sescon-RS, Rádio Guaíba e Correio do Povo que reuniu, em Porto Alegre, os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB). Durante o encontro, os postulantes ao Palácio Piratini discutiram ainda sobre como promover o crescimento do Estado nos próximos quatro anos apesar da crise econômica nacional.
No segundo bloco, período destinado às perguntas e respostas dos candidatos, Leite criticou a ideia de manter a majoração das alíquotas de ICMS por tempo indeterminado, algo que, segundo ele, o governo atual tem promovido. “Entendo que em um período, o aumento das alíquotas tenha sido necessário, chamando o povo gaúcho para ajudar, mas manter isso mata a competitividade gaúcha. A nossa posição é pela prorrogação e depois a diminuição”, disse.
Sartori destacou que sua gestão apresentou uma mudança na planta do ICMS e que isso está absorvido pela sociedade. “O que falta é a ativação da economia nacional, que gerou uma crise profunda que abalou estados e municípios. Quando for possível, serei o primeiro a querer baixar impostos e tributos. Agora, eu não posso ser irresponsável a ponto de dar um prazo para que isso aconteça, até porque não sabemos a evolução da nossa economia nacional”, explicou.
Quando o tópico abordado foi a segurança, Sartori quis saber do tucano quem será o responsável pela área e de onde sairá o dinheiro para gerir os efetivos da Brigada Militar (BM), Susepe e Polícia Civil. “Contratamos 6,3 mil policiais, fizemos a lei de incentivo à segurança, ativamos o presídio de Canoas, estamos prontos para entregar uma nova ala na Cadeia Pública de Porto Alegre e fizemos a permuta de imóveis para um novo presídio em Sapucaia do Sul”, disse. Leite garantiu que a segurança será um dos pilares da sua eventual gestão. “É uma das nossas prioridades desde o início do governo e não no final. No período eleitoral, começaram a aparecer soluções para este tema. Vejo o atual governo comemorando dados no setor, mas são índices relacionados à própria gestão, aos aumentos que eles provocaram. Faremos Segurança Pública no primeiro dia e vamos negociar as melhores condições para incrementar o efetivo e vencer a criminalidade no Rio Grande do Sul”, acrescentou o tucano.
Banrisul
Os candidatos ainda trataram sobre o futuro do Banrisul. Leite questionou o atual governador sobre a possibilidade de privatização do banco e do suposto do uso do dinheiro para a gerência da máquina pública. “O senhor (Sartori) tem privatizado o Banrisul, levando as ações para a iniciativa privada e usando os recursos para o custeio da máquina pública. Eu acho esse dinheiro precisa ser usado nas pessoas, como investimentos que podem gerar riquezas e benefícios à população”, resumiu. Sartori falou que se tivesse o desejo de privatizar o Banrisul, teria mandado o projeto para a Assembleia Legislativa. “Colocamos no banco uma direção técnica, buscando um vice-presidente originário do Banco Central. Tu dizes que não pago salários e não quer que eu coloque o dinheiro na máquina pública. O senhor (Leite) se contradiz. Nós vamos respeitar a posição do banco e continuar no mesmo caminho”, assegurou.
Sartori criticou o candidato tucano por não ser favorável ao plebiscito que decidiria sobre a privatização Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e questionou: “Por que não foi favorável a ouvir a população?” Leite, no entanto, acusou o governador de não dar tempo para a população discutir e pensar sobre o assunto. “Democracia é mais do que lançar oportunidades das pessoas votarem, mas dar possibilidade para debater e conversar”, defendeu.
Desenvolvimento
O desenvolvimento do Rio Grande do Sul também foi um dos temas tratados pelos candidatos ao governo do Estado. “Destravamos a ERS 118, abrimos a porteira das concessões, recuperamos o porto de Pelotas e efetivamos a dragagem do porto de Rio Grande e a PPP da Corsan”, disse Sartori antes de questionar Leite sobre a continuidade ou não desses projetos. O tucano comentou que o Estado tem perdido competitividade por conta de ações lentas do governo em infraestrutura. “Foi citada aqui a dragagem do porto de Rio Grande, que na realidade precisa de rotina, tal como uma pessoa escova os dentes. Não se pode deixar o criar o problema para depois fazer uma ação emergencial”, afirmou Eduardo Leite.