O anúncio do prefeito Nelson Marchezan Júnior sobre o pedido de reforço do Exército para garantir a segurança durante o julgamento do ex-presidente Lula em Porto Alegre, no próximo dia 24, movimentou os órgãos de segurança, nesta quinta-feira (04). Marchezan divulgou uma cópia do ofício encaminhado ao presidente Michel Temer e ao Ministério da Defesa em suas redes sociais, acrescentando que “devido as manifestações de líderes políticos que convocam uma invasão em Porto Alegre (tomou) essa medida para proteger o cidadão e o patrimônio público”.
A partir disso, os secretários estadual e municipal de Segurança vieram a público e confirmaram que, há 15 dias, está em funcionamento um gabinete de crise para garantir a segurança da população e do patrimônio durante o período em que o TRF4 vai julgar, em segunda instância, o caso envolvendo o ex-presidente. Conforme o coronel Kléber Senisse, titular da pasta da segurança na Capital, o comitê envolve representantes de todos os órgãos. Ele ainda comparou a data com outros megaeventos, a exemplo daqueles ligados ao esporte.
Cezar Schirmer, secretário estadual de Segurança, confirmou a criação do comitê. No entanto, foi enfático ao afirmar que o objetivo é garantir a segurança e a democracia. “As lideranças políticas neste quadro tem que saber plenamente das suas responsabilidades. Incitar violência e hostilidade vai redundar em algo muito ruim pra Porto Alegre, e isto que nós queremos, mas as lideranças tem que ter responsabilidade, daqui e de lá”, argumentou.
Sobre a presença do Exército, Schirmer confirmou que eles estão trabalhando no comitê e, caso seja necessário, poderão atuar, mas não haverá necessidade de chamamento de efetivo extra. “O meu papel é tomar todas as medidas acauteladoras para evitar incidentes e precisamos do apoio da prefeitura e das esferas federais, dentro das suas competências.” O secretário reforçou que o Exército tem atribuições constitucionais e que, se for necessário, poderá ser chamado para cumpri-las.
Julgamento
Sobre a organização dos manifestantes na cidade, a Justiça proibiu a montagem de acampamento junto ao Parque da Harmonia (que fica em frente ao prédio do TFR4) e determinou que a segurança na região seja reforçada. Não há, ainda, uma estimativa de quantas pessoas devem chegar à Capital para o julgamento.
Lula foi condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba, a 9 anos e seis meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se for condenado pelo TRF4, pode ir para a prisão e, em princípio, se torna inelegível.