O primeiro seminário da Brigada Militar sobre igualdade racial enfatiza o caráter multiétnico da instituição. A atividade ocorre ao longo desta terça-feira na Federação Gaúcha de Futebol, em Porto Alegre, com foco em reforçar o empenho da tropa na garantia dos direitos humanos e no combate aos crimes de racismo.
Um dos pilares do evento é a Comissão Permanente de Estudos sobre Igualdade Racial na BM. A iniciativa fomenta discussões sobre o assunto com base científica, visando a conscientização do efetivo e os aspectos operacionais para coibir os delitos neste contexto.
“Há pessoas que entraram na instituição por meio de cotas mas, apesar disso, talvez ainda não saibam como definir se são negras ou indígenas, por exemplo. Queremos aprofundar nossos estudos do tema, na intenção de elucidar e conscientizar cada vez mais o efetivo sobre essas questões”, afirma o coronel Vladimir Luis Silva da Rosa, corregedor-geral da BM e presidente da comissão.
De acordo com o corregedor-geral, a realização do seminário também tem o intuito de preparar os militares para rebater eventuais ilações contra a corporação. “É preciso estar sempre pronto para o debate. Se alguém fizer uma acusação injusta sobre racismo contra a BM, nós temos que estar aptos para oferecer uma resposta à altura”, ressalta o oficial.
A defesa da igualdade já faz parte do histórico de Silva da Rosa. Em setembro de 2022, a atuação do coronel na temática racial motivou uma homenagem no Consulado Geral dos Estados Unidos em Porto Alegre.
“No meu caso, como sou negro, as ações de combate ao preconceito são geralmente vinculadas à questão racial. Acontece que a Brigada Militar trabalha isso em um conceito mais abrangente, que é o enfrentamento do racismo no sentido estrutural e que impacta diversas etnias”, ponderou o corregedor-geral na ocasião.